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Golpe contra Dilma custou 1 milhão a Eduardo Cunha, diz Funaro em delação

Em depoimento de delação premiada, o doleiro Lúcio Funaro afirmou que, em 2016, repassou R$ 1 milhão ao então deputado e presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a compra de votos a favor do impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff.
A declaração está em um dos vídeos dos depoimentos da delação premiada de Funaro. O doleiro afirmou que o repasse foi feito atendendo a um pedido de Cunha para garantir que Dilma fosse afastada da Presidência.
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O pedido teria sido feito por meio do celular, usando um aplicativo que não armazena as mensagens no aparelho.
“Ele me pergunta se eu tinha disponibilidade de dinheiro, que ele pudesse ter algum recurso disponível pra comprar algum voto ali favorável ao impeachment da Dilma. E eu falei que ele podia contar com até R$ 1 milhão e que eu liquidaria isso pra ele em até duas semanas, no máximo”, relata Funaro.
Funaro está preso desde junho de 2016 e fechou um acordo de delação, que já foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O doleiro disse nāo saber quantos e quais deputados teriam sido comprados, mas citou o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE).
“Tem um caso que é até hilário, mas um dos deputados que ele [Cunha] comprou e pagou antecipado, pelo que ele me disse, foi o Aníbal Gomes. E disse que tinha pago R$ 200 mil pro Aníbal Gomes votar favorável ao impeachment da Dilma. O que aconteceu? O Aníbal Gomes não veio no dia da votação, faltou, e isso aí era a mesma coisa que votar a favor da Dilma”.
Em nota, Eduardo Cunha, que também firmou acordo de delação, desmente as afirmações de Funaro. “As atividades criminosas do sr. Lúcio Funaro foram feitas por sua conta e risco, não cabendo agora, para obter benefícios, atribuir sem provas a outros a sua cumplicidade”.
Os depoimentos estão disponíveis no site da Câmara dos Deputados. Os arquivos foram enviados pelo STF no dia 22 de setembro, em ofício endereçado ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e foram liberados pela Câmara no dia 29 de setembro. Clique aqui para acessar.
Após a divulgação dos vídeos, o presidente Michel Temer passou o sábado (14) recolhido em casa.

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