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"Entramos aqui e fizemos a terra cumprir a sua função", diz MTST em São Bernardo

Famílias organizadas pelo MTST ocupam fábrica em SBC (Foto: Roberto Parizotti)


O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto não pretende deixar o terreno ocupado na madrugada de sábado (2) em São Bernardo do Campo, apesar do pedido de reintegração de posse feito pela MZM Construtora e Incorporadora, a proprietária e acatado pelo Judiciário.
“Vamos continuar, vamos fazer crescer a ocupação. Estaremos aqui abertos ao diálogo porque nós precisamos da nossa moradia”, afirma Maria das Dores, uma das coordenadoras do movimento.
O lugar ocupado está no centro da cidade, tem 60 mil m² e há cerca de 900 famílias ali, segundo o movimento.
“É uma terra que está abandonada há mais de 30 anos, só servindo para especulação imobiliária. A terra estava aqui sem cumprir uma função. Nós entramos aqui e fizemos ela cumprir a sua própria função (…) Moradia é um dever”, diz Maria das Dores.
A construtora entrou com pedido de liminar para reintegração de posse e juiz Gustavo Dall’Olio, da 8ª Vara Civil de São Bernardo, determinou que em 72 horas seja feita a desocupação voluntária do terreno.
“O terreno que nunca recebeu qualquer uso além da cruel especulação imobiliária e desrespeito a função social da propriedade — assim como determina a Constituição de 1988”, declarou o MTST.
A militância argumenta também que a ocupação é significativa para São Bernardo do Campo, pois a cidade tem um déficit habitacional de 90 mil famílias, o maior do Grande ABC, região que, ao todo, tem 230 famílias sem teto.
Segundo reportagem de Jornalistas Livres, a Polícia Militar foi até o terreno uma horas depois do início da ocupação. “Os primeiros policiais chegaram já com armas de grande calibre e munição dispersiva”, descreve o repórter. A PM desistiu de intervir, possivelmente porque o número de pessoas dentro do terreno era grande.
Veja abaixo a declaração da coordenadora do MTST Maria das Dores:

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  1. Avatar
    José Eduardo Garcia de Souza says:

    Eles acabarão saindo. Mais cedo do que tarde e de um jeito ou de outro. Estou certo de que Boulos está à espera de alguns “feridos” para poder armar choradeira e continuar a justificar a sua existência como militante, mas não tem a coragem nem moral e nem física de encarar o choque quando se vão cumprir as ordens de desocupação. Na única vez em que o fez, foi preso por incitar o lançamento de rojões e molotovs contra a polícia e estava ileso – e, claro, abriu berreiro de vítima.

  2. Avatar
    José Eduardo Garcia de Souza says:

    Pronto. Agora Boulos, como previsto e de costume, banca a vítima e cacareja alegando “opressão” onde antes cantava de galo ao dizer que não iria cumprir o que a lei determinou. O mais ridículo de tudo é dizer que “Policiais Militares invadiram a nova ocupação do MTST em São Bernardo do Campo, localizada na rua João Augusto de Souza, próxima à portaria 5, da fábrica Scania, nesta segunda-feira, 4/9.” Como é que se consegue “invadir” algo que foi invadido antes? Típico.

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