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Estados Unidos impõem novas sanções à Venezuela

A apenas quatro dias da votação para a Assembleia Constituinte, o Departamento do Tesouro norte-americano impõe novas sanções a funcionários do alto escalão do governo venezuelano. Entre os treze nomes da lista, estão Elias Jaua, que lidera a Comissão Presidencial para a Assembleia Constituinte, e Tibisay Lucena, presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o órgão encarregado de organizar o processo eleitoral do próximo domingo (30).
Também foram sancionados o vice-presidente da estatal petroleira PDVSA, Alejandro Fleming, e o general Benavides Torres, comandante das Forças Armadas Bolivarianas. Os funcionários terão seus bens congelados e seus vistos para os Estados Unidos revogados.
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Uma medida já esperada

As sanções já haviam sido adiantadas pelo senador Marco Rubio em sua conta de Twitter, e vêm na rasteira de uma série de ameaças proferidas por representantes não só do Executivo, mas também do legislativo norte-americano.
Na última semana, Donald Trump publicou um comunicado afirmando que irá impor “fortes sanções econômicas” à Venezuela caso o presidente Nicolás Maduro realize as eleições para a Assembleia Constituinte no próximo dia 30. Na mesma linha, os congressistas Marco Rubio, Ileana Ros-Lethinen e Bob Menéndez, tradicionalmente alinhados à oposição anticastrista, vêm publicando ameaças caso o processo se consolide.
Fora dos holofotes, o governo norte-americano também vem trabalhando para garantir não só que haja uma “transição” forçada na Venezuela (recentemente, o diretor da CIA, Mike Pompeo, afirmou estar trabalhando com os governos do México e da Colômbia, e disse estar “confiante” de que uma transição é possível), mas também para que a Constituinte não se realize.
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Nesse sentido, o Departamento de Estado e seus representantes vêm pressionando os governos da região a se posicionarem contra o processo e já começam a ameaçar os candidatos à constituinte com mais sanções.
Sanções individuais: a nova modalidade de bloqueio econômico
Essa não é primeira vez que os Estados Unidos impõem sanções a funcionários venezuelanos. Em fevereiro desse ano, o vice-presidente Tarek El Aissami e outros dez membros do governo tiveram seus bens congelados.
Sanções são uma ferramenta bastante usual no modus operandi da “diplomacia” norte-americana. Mas a mudança no tipo de imposição é novidade: ao sancionar determinados indivíduos, e não o país, desconstrói-se o discurso já consolidado do impacto das sanções, uma vez que ensejam uma certa sensação de “justiciamento” sem maiores consequências.
Porém, os impactos das sanções a determinadas pessoas-chave dentro do governo são profundos, formando um efeito dominó com consequências tão ou mais perversas do que um embargo declarado.
Sanções desse tipo servem não só para pressionar economicamente o país, mas também para isolar politicamente o governo, enquanto, ao mesmo tempo, desmobilizam a solidariedade internacional que outros tipos de medidas, como o embargo, costumam gerar.
No fim das contas, as sanções individuais não passam de uma releitura das velhas táticas de desestabilização que há anos são colocadas em curso na América Latina, sempre que um governo começa a incomodar determinados interesses. E, invariavelmente, quem paga o preço é o povo.

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  1. Avatar

    penso que o povo da venezuela irá resistir e vencer. ontem na cinelândia (Rio), fez-se uma manifestação de solidariedade a assembléia constituinte proletária. a vitória do povo venezuelano será valiosa pra combatermos o golpe enrolado no brasil.

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