Cultura

Fome de Poder: a história do "fundador" do McDonald's


 
Matheus Pichonelli
Minha dica desta semana não é um filme que está em cartaz no cinema é um filme que foi recentemente adicionado ao catálogo da netflix chama Fome de Poder. É um filme em que o Michael Keaton interpreta o Raymond Kroc, o cara considerado fundador do Mcdonald’s, até o título inglês, que é um título irônico: The Founder. Porque esse cara apesar de ter levados os louros de ter transformado o Mcdonald’s nessa instituição americana e global como a gente conhece, ele não é o fundador. O filme conta a história de como o Ray Kroc se encanta com uma lanchonete no sul dos Estados Unidos logo depois do crash da bolsa, pós depressão dos anos 30, que era uma lanchonete que dois irmãos, esses sim, os irmãos Mcdonalds que desenvolveram um sistema para baratear o custo e agilizar o atendimento ao cliente. Isso na época foi revolucionário.
O Ray que é o protagonista, interpretado pelo Michael Keaton, vê essa lanchonete e fica encantado com ela. E ele meio que quer essa ideia para ele assim, a partir daí o filme se desenvolve nessa obsessão do protagonista para se apropriar dessa idéia. Ele surge com uma ideia de parceria para levar o nome daquela lanchonete Estados Unidos afora, mundo afora e enfim e realmente é muito bem sucedido porque a partir de então o Mcdonald’s decola, mas o filme conta história da rasteira que ele dá nesses irmãos, que são os verdadeiros fundadores os irmãos Mcdonalds. Perderam o direito a chance de enriquecer ou de ter algum tipo de louro com essa rede de fast food que o protagonista acabou levando ali a diante.
O que é interessante deste filme além da atuação do Michael Keaton é interessante você ver, observar a forma como as pessoas veem, leem e interpretam o filme. Eu fui procurar algumas referências depois e nessas revistas de carreira, de sucesso, 10 passos para você enriquecer, eles ensinam em algumas destas publicações as lições que a gente tem que aprender com esse cara, com esse fundador do Mcdonald’s, com esse personagem da história, o gancho era o filme. Que vira um exemplo de persistência, um sujeito que tinha uma obsessão, que pensou grande e tal. Só que assim, a outra forma de você ver este filme é assim: esse cara é um golpista. Esse cara é um cara quebrou acordos, esse cara descumprio promessas, esse cara engoliu uma idéia que não era dele.
Já que a tônica é para falar de golpistas, é como as pessoas chegam aonde elas estão hoje, pode ser ali no estrelato e o cara se tornar um milionário ou pode virar um presidente, então assim, é interessante acompanhar como o filme pode ser lido por diferentes públicos. Uma publicação que diz: olha só a gente precisa aprender com esse filme porque a gente também pode ser rico, um filme sobre um canalha no fim. Ou pode ser interpretada como exemplo de como a gente pode se dar bem na vida e diz muito sobre o mundo atual tanto que enfim é uma referência, um ídolo, uma entidade até hoje. Então, a minha dica para o fim de semana. Até a próxima.

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  1. Avatar

    Trapassas nuca caem de moda. Ficar rico enganando, trapaceando, explorando é fácil, quero ver trabalhar dia e noite em uma lanchonete e fazer dela o modelo mundial….

  2. Avatar

    Refazendo meu comentário:
    Por favor, retificando a palavra TRAPAÇAS
    Eronei Leite
    23/07/2017 – 20h17
    Trapaças nuca caem de moda. Ficar rico enganando, trapaceando, explorando é fácil, quero ver trabalhar dia e noite em uma lanchonete e fazer dela o modelo mundial….

  3. Avatar

    Sim, o filme tem duas leituras; na verdade três. A primeira é não se deixar levar pelo roteiro e pelos detalhes deste roteiro; a realidade deve ter sido bem diferente e ainda mais desabonadora para o Kroc. Que, verdade seja dita, levou o conceito Mc Donalds para um patamar que os dois irmãos jamais levariam. E isso é algo que não se pode ignorar… O que os irmãos queriam era apenas tocar sua lanchonete no máximo com mais algumas filiais. O que, claro, não tira de Kroc – que lembra crook – a imagem de alguém que roubou uma ideia e, pior, sequer recompensou devidamente os verdadeiros autores. Finalmente, a questão do Mc Donalds como um negócio imobiliário e não do ramo de alimentação. Abordado muito rapidamente no filme, esta é razão (estar localizado entre a bandeira e a Cruz) do sucesso financeiro do Mc e não aqueles burguers horrorosos que produzem. E só pra terminar, gostei da sua abordagem caro Matheus, mas você precisa aprender a escrever… Sua ideia é boa mas, como os irmãos Mc Donalds, precisa ser melhor revelada. Abraço.

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