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Assassinato de catador pela PM evidencia pena de morte no Brasil


 
 
Amaral Henrique de Souza (Morador de rua): De ontem pra hoje morreu dois, entendeu? E ninguém está nem aí com a gente. O playboizinho, o João Doria, ele quer que nós se foda. Ele quer isso.
 
Pedro Luiz da Silva (Morador de rua): Eu acho uma covardia, porque eu sou morador de rua, sou catador também. E essa opressão pra gente dói demais. A gente pode ser o próximo, né?
 
Solange Oliveira Antonio (Mães da Zona Leste): Infelizmente a pena de morte está aí, está visível isso. esses policiais eles saem do treinamento parece que eles já saem prontos para matar.
 
Audálio Dantas (Jornalista): A ideia surgiu de um grupo de moradores de Pinheiros que iniciaram o movimento de protesto contra o assassinato do carroceiro Ricardo Nascimento.
 
Marcia Yara Conti (Mães da Zona Leste): E hoje viemos aqui apoiar mais um na estatística, porque são todos os dias. Todos os dias têm quatro, oito, dez que sofrem essa violência policial.
 
Padre Julio Lancelotti: Rezemos à memória do Ricardo Nascimento, catador que foi executado friamente pela Polícia Militar de São Paulo. E que representa dezenas de pessoas.
 
Carla Borges (Instituto Vladimir Herzog): Esse assassinato é uma atrocidade, isso vem acontecendo há muito tempo nas periferias contra a juventude negra e periférica. É muito importante a gente estar aqui hoje para fazer essa denúncia. Chega de violência policial, a gente infelizmente tem uma das polícias mais violentas do mundo, índices de guerra civil. Em 2014 a gente teve 21% dos assassinatos aqui em São Paulo foram cometidos pela Polícia. Então, esse caso é muito simbólico para a gente poder dizer não, a gente não vai se calar. A gente não aceita mais essa violência de Estado contra a juventude, contra a população preta, pobre e periférica.
 
Audálio Dantas (Jornalista): Esse assassinato se deu na fuça da classe média. Eu acho que daqui pra frente haverá possibilidade de maior mobilização entrando esse setor da população que hoje estará aqui para protestar contra esses crimes.
 
Padre Julio Lancelotti: Hoje jogaram água fria em cima da população de rua. Tratam com crueldade travestis e trans pela cidade. Isso tudo é inaceitável.
 
José Antônio (Morador de rua): Mais uma vez fizeram a rapa aí, pegando cobertor do povo de rua. O povo de rua está morrendo por incoerência, porque o prefeito só quer privatizar. Só pensa no dinheiro, não pensa no ser humano que está na rua. Sou contra esse prefeito aí, essa é minha ideia.
 
Amaral Henrique de Souza (Morador de rua): João Doria é um filho da puta, fascista filho da puta!
 
Edson Silva Maia (Instituto Vida com Sucesso): Eu já tinha conhecido o Ricardo quando eu era flanelinha e eu infelizmente estou aqui para expressar o meu sentimento à família do Ricardo e ao Ricardo, que era conhecido como Negão. Minha homenagem à ele.
 
Solange Oliveira Antonio (Mães da Zona Leste): Nada vai trazer nossos filhos de volta, infelizmente. Mas essa luta é por justiça e para que outro jovem não tenha o mesmo fim que o nosso filho.
 
Marcia Yara Conti (Mães da Zona Leste): Nós lutamos pelos que estão aí que podem ser a próxima vítima.
 
 
 

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    Ponto pro Nocaute. Quando é ouvida a voz e visto o rosto dessa população cujos direitos fundamentais são negados, a crueldade dessa sociedade metida a besta se revela mais. Muito bom aquela igreja cheia de catadores e apoiadores, e o padre, todos ali tomando as dores dessas pessoas. Isso chega a dar alguma esperança. Por aí o Brasil pode recomeçar.

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