Por Eric Nepomuceno
Pois é. Então Michel Temer viajou. Assim, ele saiu das páginas policiais e foi para a Rússia. Fazer o que na Rússia? Tentar aumentar a venda de carne brasileira. Carne produzida por quem? Pelas empresas do Joesley Batista. É de uma contradição tudo isso.
E, além disso, aqueles vídeos do Temer com aquelas mãozinhas, dizendo coisas que ninguém entende. Eu resolvi esquecer tudo isto. E entrei na internet e peguei na internet uma sessão do Supremo Tribunal Federal. E eu fiquei olhando porque é irresistível.
Alexandre de Moraes. Comecei a ouvir o que esse camarada estava dizendo. Confesso que não entendo nada porque ele fala com uma ênfase. Fala, fala e não diz nada. Aí, de repente, tem um aparte. É aparte de quem? Do Gilmar Mendes.
Gilmar Mendes apartando Alexandre de Moraes. Eu achei que era o caso de ligar para o Arnaldo Goldenberg, que é um grande bom amigo meu, um psiquiatra aqui do Rio, pedindo para ele me livrar deste surto.
Aí eu resolvi me concentrar no Rio de Janeiro. Vamos lá: neste ano, no estado do Rio, 60 mil trabalhadores perderam seu emprego. Aí eu falei: vamos sair do estado e vamos ver a cidade.
O que é que a gente tem na cidade? O nosso bispo, de uma seita eletrônica, Marcelo Crivella. Quer dizer, olha o disparate, São Paulo com João Doria, que ninguém sabe o que que é aquilo. O Crivella, aqui no Rio, tem uma grande vantagem em relação ao Doria, em São Paulo. Porque o Crivella não faz absolutamente nada. Ele não tem nenhuma iniciativa. Não faz nada. Nomeou o filho – pai é pai – como chefe de gabinete, mas teve de desnomear. Pelo menos ele não faz as barbaridades que o Doria está fazendo em São Paulo.
Aqui, o nosso bispo eletrônico, ele anuncia coisas, que depois não acontecem.
Por exemplo, anunciou que vai cortar pela metade a verba do Carnaval do ano que vem. Aí, os bucaneiros da Liesa – Liga das Escolas de Samba – ameaçaram que não vai ter Carnaval. Eu achei essa briga meio chata e tal, e falei, vamos voltar um pouquinho para ver o estado do Rio.
E aí, vamos ver. A presença do governo federal. O governo do Ilegítimo aqui.
O Hospital Federal de Bonsucesso está desativado. Está se desativando. Por quê? Porque não tem dinheiro.
Então vamos ver como está o negócio da saúde estadual. O Hospital Pedro Ernesto. Tinha 250 leitos, agora tem 100. O ambulatório fazia uma média de 150 mil atendimentos por mês. Agora está fazendo 60. O Hospital Pedro Ernesto realizava duas mil cirurgias por mês, agora está fazendo menos de 300.
Desisti, vamos passar para outro setor, buscar um pouco de entusiasmo. Vamos ver. Segurança pública no Rio de Janeiro. Polícia Militar daqui, que não é flor que se cheire, nem que se olhe, nem que se deva chegar perto, mas, enfim, é o que a gente tem. A Polícia Militar tem 2.600 viaturas, 990 estão paradas. Em algumas cidades como Campos, uma cidade muito importante do interior do Rio, Campos tem 183 viaturas. 120 estão paradas. No primeiro trimestre de 2017, foi o primeiro bimestre mais violento dos últimos sete anos.
Aí eu falei, vamos sair do Rio, eu não quero me deprimir. Vamos olhar a política brasileira.
Aí eu descubro que, no Distrito Federal, o grande favorito para as eleições do ano que vem, com 19,1%, é Jair Bolsonaro. Bom, vocês vão me desculpar. Eu vou sair, eu vou até a esquina, vou comprar uma baguete, comprar uma garrafa de vinho e ficar falando francês em casa, achando que eu estou em Paris. Tchau.