O prefeito de São Paulo, João Doria, afirma que a Cracolândia terminou fisicamente. Segundo ele, dependentes químicos e pessoas em situação de rua que ficavam perto das estações da Luz e Júlio Prestes foram dispersadas, resolvendo o problema da concentração de uso de substâncias ilícitas e do tráfico de drogas no centro da cidade.
No entanto, as pessoas que estavam acampadas na Praça Princesa Isabel, um dos pontos que recebeu os dispersados da Cracolândia, voltaram para a esquina da Rua Helvetia na noite de quarta-feira (21/6). A movimentação foi de iniciativa das pessoas que estavam nas ruas e foi acompanhada pela polícia.
A primeira operação policial na região aconteceu em 21 de maio. Segundo a Agência Brasil, o local atual é quase o mesmo do ponto à época da ação, com a diferença que as pessoas estão agora em uma pequena praça e nas calçadas, deixando o asfalto livre.
Deu no Nocaute:
Cracolândia: João Doria segue em sua ‘caçada humana’
A Guarda Civil Metropolitana contabilizou, uma semana depois da primeira dispersão, a criação de 22 pontos de concentração desses moradores na região central da capital paulista. Porém, ao longo dos dias, a Praça Princesa Isabel se consolidou como maior aglomeração.
Há menos de duas semanas, no dia 11 de junho, foi feita outra operação, dessa vez na própria praça, destruindo as barracas improvisadas. A prefeitura e o governo estadual justificaram a ação afirmando que as tendas eram usadas para o comércio ilegal de crack e outras substâncias.
Prisão de educadora
Na tarde de quarta-feira, trabalhadores dos serviços de atendimento social fizeram um protesto contra prisão de uma orientadora socioeducativa que trabalhava na Cracolândia. Ela foi levada pela Polícia Militar para o 77º Departamento de Polícia e liberada no mesmo dia.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não deu informações sobre a detenção da profissional.
O Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo divulgou uma nota de repúdio contra a detenção da educadora, que atuava no serviço de assistência social a pessoas em situação de rua, usuárias de crack e de outras substâncias ilícitas.