Milhares participaram de uma manifestação para receber Cristina Kirchner, no lançamento da Unidad Ciudadana (Unidade Cidadã), frente política de oposição ao governo do presidente Mauricio Macri nas próximas eleições legislativas.
O ato aconteceu nesta terça-feira (20/6), data em que os argentinos celebram o Dia da Bandeira, no estádio onde joga o clube argentino Arsenal Fútbol Club, no município de Avellaneda, na província de Buenos Aires.
A expectativa é de que Cristina seja candidata ao Senado nas próximas eleições, fato que pode ser confirmado no dia 24 de junho, quando termina o prazo de inscrição. A Unidade Cidadã deve ser, segundo a ex-presidente, “um imprescindível freio ao neoliberalismo” de Macri.
“Não vamos nos desunir. Venho para somar. É preciso colocar um limite no governo”, afirmou.
As eleições para senadores (um terço do Senado) e deputados (metade) serão em 22 de outubro de 2017. O mandato legislativo será 2017-2023. Em 13 de agosto, são realizadas as primárias para escolher os candidatos.
Leia mais:
Governo de Macri distribui livros didáticos que ensinam a não fazer greve
“As demissões não são para os de um partido ou de outro, não, vêm com nomes e sobrenomes de homens e mulheres de carne e osso. Por isso, a Unidade Cidadã, que representa a homens e mulheres de carne e osso”.
“O fantasma do desemprego, da flexibilidade trabalhista, a diminuição do salário, as tarifas impagáveis caíram sobre a Argentina”, discursava Cristina, quando, da multidão, surge um grito: “filhos da puta”. Ela respondeu: “Não quero insultos. Vamos colocar usar a energia para nos organizar e mobilizar os cidadãos. Deixemos os insultos para eles”, disse.
Leia também:
Morre Ernestina Herrera de Noble, dona do Clarín, porta-voz da ditadura argentina
No palco, estavam presentes parlamentares e dirigentes partidários e sindicais, mas o protagonismo da manifestação foi de Cristina. A ex-presidente chamou para o palanque diversas pessoas prejudicadas pelas crise econômica e enumerou o problema de cada uma.
“Foi uma festa com todas as características que a classes social e a mídia que depreciam as expressões populares costumam criticar: barracas de pão com linguiça, fumaça, tambores, vendedores de bandeiras e camisetas com os rostos dela [Cristina] e dele, Néstor Kirchner, junto de Hugo Chávez, Evo Morales e Che Guevara”, descreve o jornal argentino Página 12.
O Clarín, jornal crítico a seu governo, noticiou que o ato foi “multitudinário”, em que ela sentou as bases de uma frente antiliberal, mas deixou dúvidas sobre sua candidatura.