Comportamento

Algumas considerações sobre a semana bomba


Por Ana Roxo
 
Que semana foi essa, meu deus do céu, o que está acontecendo? O mundo está ao contrário e ninguém me falou… Está difícil, a gente sai pra ir no banheiro, volta e já tem mais uma bomba, cai do lustre delação, vai caindo delação do lustre….Ah meu deus!…está caindo.
 
Mas, por mais que seja difícil, a gente tem que fazer algumas considerações: lembre-se que a verdade sempre vem depois de uma adversativa, mas, porém, contudo, todavia. A corrupção no Brasil é um problema, sim, estrutural, eu diria endêmico, um problema sério, muito sério, que não começou dez anos atrás, não começou 15 anos atrás, não começou cem anos atrás.
 
Provavelmente começou na troca de espelhinho, sabe assim, quando chegaram os portugueses com os espelhinhos, já tinha alguém vendendo o espelhinho ali, passando. Começou ali. A gente tem uma história de quinhentos anos de favorecimento de oligarquia, isso não é novidade. Para de achar: nossa! agora  que…, não! A gente sempre soube, só que agora a gente está vendo o tamanho da proporção das malas. Com trocadilhos. Isso é maravilhoso, tem que aparecer mesmo.
 
No entanto, tem que tomar muito cuidado com esse discurso de que é tudo farinha do mesmo saco, que político é tudo igual. Não é tudo igual. Ser honesto não é projeto de governo. Ser honesto é o mínimo. Ser honesto é um pré-requisito. Uma pessoa honesta não necessariamente é um bom governante, no entanto, um bom governante tem que ser honesto .
 
O que difere entre os políticos, aqueles políticos de fato que tem algum compromisso com o país, é o projeto de país que se tem. É o projeto político que se pretende fazer enquanto governante. O problema desse discurso: ai, política não presta! Nenhum político presta! É tudo farinha do mesmo saco! É que esse é um terreno muito fértil para o surgimento de ditaduras, para o surgimento de autoritarismos e uma coisa que nem sei se é tão pior e não sei nem se é tão diferente, pro surgimento dessas figuras que se dizem apolíticas, que não são políticas, não são partidárias, são gestores, são empresários.
 
Como se o empresariado todo não estivesse metido nessa…, é uma promiscuidade muito grande! A gente também não pode achar normal  que um dos maiores empresários, que tem uma das maiores empresas do Brasil, esteja metido nisso e o sujeito que, com a delação armada, lucrou milhões, porque comprou dólares no dia, vendeu ação não sei quando.
 
Então assim: pra empresário o que importa mais é lucro mesmo, viu pessoal. É importante que a gente perceba que a corrupção não atinge só os políticos, atinge os empresários também. Figuras públicas do poder que não são elegíveis, também estão corrompidas, porque o STF também está corrompido. A gente não elege o STF. É um problema estrutural, social e estrutural, que tem que ser combatido e como com que vai ser combatido.
 
A gente tem que pensar como mudar essa estrutura, para que seja cada vez mais difícil ser corrupto. Para evitar que as próximas gerações, pelo menos, sejam tão fáceis de se corromper. Porque senão a gente perpetua o que vem sendo feito muito antes da família Neves, mas que a família Neves só foi herdando. E que qualquer pessoa que entra na política tem que acabar fazendo politicagem.
 
Pensar como que a política pode não ficar refém do grande capital. Porque eu olho pra isso tudo e falo: os nossos políticos já não governam o Brasil há muito tempo. Então é importante ressaltar pra gente não cair no discurso que é contra a política. A gente é contra a política sendo feita desse jeito. Mas a gente tem cada vez mais que se segurar na política, que no fim são as relações éticas, de valores do que seria um país decente para todos nós.
 

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