Brasil

2017 começou


 
Eu entrei em 2017 na casa de amigos muito queridos em Petrópolis. Foi uma ceia esplêndida, com muito carinho, com muito afeto. E aí eu acordei no domingo para me deparar com uma realidade que eu tinha esquecido.
Nesse 1º dia de 2017 tomaram posse os prefeitos do Brasil inteiro. E dois deles merecem a nossa atenção: o bispo eletrônico Marcelo Crivella, aqui no Rio de Janeiro, e João Dória Jr., que eu não sei definir, em São Paulo.
Foi também o dia dessa chacina tenebrosa desse psicopata em Campinas.
Aí veio a segunda-feira, dia 2, primeiro dia útil de 2017.
E o que que eu vejo? O bispo eletrônico, aqui no Rio, doando sangue. Mostra de solidariedade, segundo ele. E em São Paulo uma coisa absurda, uma bizarrice. O João Dória Jr. com seu secretariado inteiro vestido de gari fazendo de conta que iam varrer uma praça que, evidentemente, tinha sido limpa antes pelos profissionais.
Eu acho que talvez, dependendo da Academia Sueca, a gente ainda vai poder se orgulhar desses dois. Tudo depende de eles decidirem criar o prêmio Nobel do cinismo – para Marcelo Crivella – que passou a campanha dizendo que não era bispo e no discurso elogiou aquele tio picareta dele, o Edir Macedo, especialista em tomar dinheiro de pobre, e se reconheceu como bispo. Prêmio Nobel de cinismo para ele.
E em São Paulo o prêmio Nobel da demagogia para o João Dória, que, aliás, me deu uma imagem curiosa – a primeira vez na vida que eu vi o lixo conduzindo a vassoura e não a vassoura conduzindo o lixo.
Agora, as coisas não terminam por aí. Porque tem o Michel Temer. E mais, no dia 20 agora, tem o Donald Trump.
Eu devia ter ficado mais tempo na casa dos meus amigos em Petrópolis, este ano inteiro, por exemplo.
Porque dentro dessa bizarrice brasileira, o mundo perdeu um grande homem. John Berger, um grande escritor inglês que eu conheci muitos anos atrás em Paris e que tinha uma visão desassombrada sobre o mundo.
Ainda bem que ele não escreveu sobre João Dória, Marcelo Crivella e Michel Temer.
Vida que segue, prefeitos que seguirão.
E o Ilegítimo, vai continuar?

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