Retratos de um Brasil, pelo olho de Walter Firmo

A pedido do Nocaute, Walter Firmo, um dos maiores fotógrafos do nosso tempo, fez uma seleta de dez fotografias de sua lavra para o Ensaio. E produziu um pequeno texto que emociona tanto quanto as fotos, no qual Firmo diz, citando Zé Medeiros: “somos aquilo que fotografamos”.

O fotojornalismo é o meu berço.

 

Nasci neste esplêndido pergaminho quando tinha quinze anos de idade, fruto de anseios adolescente a desabrir-se em uma profissionalidade qualquer.

 

Só que, certamente, um anjo me anunciou ao pé do ouvido que historiar a vida brasileira, o mundo em si, através de fotografias seria, por assim dizer, a minha colcha de retalhos: aqueles lençóis nem tão macios assim, mas que, através das imagens, perpetuaria intenções de resgate históricas, induziria percepções sonhadas ou mesmo não querendo quando o acaso não tem pressa.

 

Nasci para bailar. Pra que negar? Conheci na escola jornalística um sentido de vida, uma escola, uma faculdade de me reconhecer no outro, fotografando-o e me revelando, dessa forma então.

 

Porque o meu mestre José Medeiros, fotógrafo da revista “O Cruzeiro” confessou-me certa vez que somos aquilo que fotografamos, e isso não haverá como negar.

 

Ao se escanear um certo espaço que servirá de base a mensagem visual fotográfica, seja na vertical ou horizontal, cada “azulejo” hipotético dentro daquelas limitações, cada mosaico é uma “vírgula” de você, da sua psiquê e personalidade.

 

Obedecendo e agradecendo ao convite do Nocaute, me exponho em dez fotos, uma pequena consagração nos anos vividos dentro dos quarenta e alguns anos que fui repórter-fotográfico nativo, na folha de pagamento e “free-lancer”, operando para jornais e revistas que se ocuparam do meu tempo e prazer.

 

Atitude essa que publico atendendo ao pedido do Fernando Morais e que situa, pontuando o pedinte, o “Pelé” infantil, o sepultamento do Marechal Rondon, o ex-presidente Dutra com o Mangabeira (acho), o Jânio Quadros, o Juscelino sentado na praia, o primeiro pilar do Palácio do Planalto em Brasília, o arquiteto Oscar Niemeyer, a “blitz” policial procurando prisioneiros evadidos, o autorretrato em Cuba.”

 

Walter Firmo

 

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