Aviso aos navegantes: biografia do Frei Betto já está nas livrarias

Já está nas boas casas do ramo, como se dizia antigamente, a bela e informativa biografia do Frei Betto, escrita pelo historiador Américo Freire e Evanize Sydow (Editora Civilização Brasileira). Infância, adolescência, fé, marxismo, guerrilha, está tudo lá. O prefácio é do Comandante Fidel Castro.

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O lançamento em São Paulo, seguido de noite de autógrafos, será na próxima terça-feira, dia 29, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Antes haverá um bate-papo com os autores, Frei Betto, Rose Nogueira, Rogério Sottilli e eu. A seguir, a orelha que fiz com enorme prazer para o livro.

Até bater os olhos nos originais deste livro, eu me achava uma autoridade em Frei Betto. A pretensão decorria, primeiro, de uma fraterna relação que nos une desde que ele deixou a prisão, no começo dos anos setenta. Ou até de antes disso, se considerarmos que minha primeira sogra tinha fortes ligações com a Ordem dos Dominicanos e era grande amiga da mãe de Betto. Em segundo lugar porque, depois de muitos anos de recusas, em 1992 ele finalmente me concedeu uma daquelas intermináveis entrevistas de abertura da revista Playboy. Em quatro exaustivas jornadas de gravações, que começaram em Havana e terminaram no Convento das Perdizes, perguntei tudo, sem qualquer censura, e a tudo ele respondeu.

À medida que avançava na leitura desta biografia, um novo Betto foi-se materializando diante dos meus olhos. Não “um outro” Betto, que confrontasse o que eu conhecia e que entrevistara. Mas aos poucos emergiam detalhes e fragmentos que enriqueciam, e muito, o perfil que minha memória guardava do polêmico religioso mineiro.

Talvez por ter sido escrito a quatro mãos por uma jornalista e um historiador, “Frei Betto: uma Biografia” seduz o leitor com uma saborosa técnica narrativa. Acompanhando os rastros e as impressões digitais deixadas pelo personagem ao longo da vida, o livro faz frequentes incursões a vol d’oiseau sobre a história do Brasil, do mundo e, claro, da Igreja, permitindo que o leitor compreenda em que contexto se dava esta ou aquela passagem da vida de Betto.

Além do prazer da leitura, este livro, com incontáveis revelações inéditas sobre o personagem central, permite entender por que a fé de Frei Betto e meu ateísmo nunca foram obstáculo para os laços que nos unem. Católica como ele, minha mãe lamentava que Betto e eu nunca tivéssemos conseguido ser irmãos em Cristo. Dona Zizina parecia se conformar, porém, com que fôssemos “irmãos em Castro”, referindo-se ao líder comunista cubano. É esse Betto, que surpreendeu o mundo ao juntar Cristo e Castro, que aparece de corpo inteiro nesta bela biografia que você lerá agora.

 

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Um comentário

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Delayne Brasil

23/01/2017 - 14h49

Daqui do Rio de Janeiro, sinto-me ansiosa por ter esta obra-prima em mãos! Desde já, desejo sucesso para este lançamento e seus desdobramentos em outros Estados – por falar nisto, quando será o lançamento aqui no Rio?
Fraternos abraços poéticos e musicais!
Delayne Brasil

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