Tucanaram a mentira. O nome agora é pós-verdade.
A pós-verdade serve à indústria da ignorância e está fazendo com que decisões importantes sejam calcadas em boataria. É pós-verdade quando a gente acha que tem um judiciário justo. Apesar do Moro aparecer rindo com o Aécio e com o Serra, que são pessoas que ele deveria estar julgando.
Por Ana Roxo em 08 de dezembro às 18h29
Tucanaram a mentira. O nome agora é pós-verdade
Está rolando uma palavra nova aí que foi eleita pelos dicionários Oxford, como a palavra do ano que pós-verdade. É algo se relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos da emoção ou crenças pessoais.
Na minha terra isso chama boato. Na minha terra isso chama mentira, lorota, caô, mentira cabeluda, fraude, engano, falsidade, balela, potoca. Mentira gente! O que é isso? Tucanaram a mentira agora? Tucanaram a mentira e ainda veio com selo gringo.
Assim claro que é um pouco além da mentira. É uma mentira com apelo emocional. E é claro que a gente tem visto isso toda hora. Quando afirmam que o Lulinha é dono da Friboi. Chamam golpe de impeachment. Ah, o Moro é imparcial. Hãn hãn.
A pós-verdade serve à indústria da ignorância e está fazendo que decisões importantes sejam calcadas em boataria. É pós-verdade quando a gente acha que tem um judiciário justo, apesar do Moro aparecer rindo com o Aécio e com o Serra, que são pessoas que ele deveria estar julgando.
Achar que a gente tem um Supremo justo quando ele consegue admitir que o Renan é inapto na linha sucessória, mas ele é apto para ser o presidente do Senado.
Que tipo de realidade paralela vocês estão criando? A realidade paralela da pós-verdade. O problema da gente chamar isso de pós-verdade é que contem verdade no nome. Então parece que é uma coisa que tem alguma relação com a verdade. E não tem! É mentira é potoca, é lorota, caô. Não tem relação com a verdade. Aí a gente fica usando esse conceito novo ‘oxford dicionary darscbrabgjk’… E a pessoa mais desavisada acha que está tudo bem. E não está tudo bem!
Onde a gente achou que ia dar ficar fazendo publicidade baseado no publicitário nazista que é o Goebbels. Acharam que ia dar onde isso? Que tudo bem? Onde estava a nossa cabeça achar que tudo bem fazer publicidade desse jeito? Ia dar onde? Não era esse cara que disse que uma mentira repetida mil vezes vira verdade. Pronto. Colhemos o fruto de repetir a mentira mil vezes. Virou pós-verdade.
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Luiz Vicente
09/12/2016 - 18h30
Tô com a Ana (como é linda, ai). Mas então: o que diriam a respeito, vinte séculos lá pra trás, os filósofos [filos (amigos) + sofia (verdade)]? Meia-verdade? Verdade meia-boca? Verdade mais ou menos? Relativa verdade? Bom, talvez os sofistas abraçassem a ideia… Tal como muitos “juristas” de hoje — muitos deles no STF.
Marilia Oliveira
09/12/2016 - 07h51
Esse termo, pós-verdade, é uma afronta à inteligência de qualquer pessoa. Ele nos causa uma náusea que não há remédio que cure.