A desumanização do humano.
Quem te deu o salvo-conduto pra desejar a morte de alguém? Porque Jesus não foi. Presos são humanos, a D. Marisa é humana, você deveria ser mais humano também.
Por Ana Roxo em 28 de janeiro às 17h57
“Em cada cem pessoas
aquelas que sempre sabem mais:
cinqüenta e duas.
Inseguras de cada passo:
quase todo o resto.
Prontas a ajudar,
desde que não demore muito:
quarenta e nove.
Sempre boas,
porque não podem ser de outra maneira:
quatro – bem, talvez cinco.
Capazes de admirar sem invejar:
dezoito.
Levadas ao erro
pela juventude (que passa):
sessenta, mais ou menos.
Aqueles com quem é bom não se meter:
quarenta e quatro.
Vivem com medo constante
de alguma coisa ou de alguém:
setenta e sete.
Capazes de felicidade:
vinte e alguns, no máximo.
Inofensivos sozinhos,
selvagens em multidões:
mais da metade, por certo.
Cruéis,
quando forçados pelas circunstâncias:
é melhor não saber
nem aproximadamente.
Peritos em prever:
não muitos mais
que os peritos em adivinhar.
Tiram da vida nada além de coisas:
trinta (mas eu gostaria de estar errada)
Dobrados de dor,
sem uma lanterna na escuridão:
oitenta e três,
mais cedo ou mais tarde.
Aqueles que são justos:
uns trinta e cinco.
Mas se for difícil de entender,
Três.
Dignos de simpatia:
noventa e nove.
Mortais:
cem em cem –
um número que não tem variado.”
Perdemos a capacidade de ver o outro como o ser humano. Isso é uma das estratégias, um dos mecanismos e uma das ferramentas do fascismo. A desumanização de um grupo, no caso do nazismo, por exemplo, foi a desumanização dos judeus. A partir do momento que a gente define um grupo de seres humanos como não-humanos e consideramos que esse grupo pode, portanto, ser morto ou não tem direito a dignidade, pode ser tratado como não-humanos, como porcos (como se os porcos pudessem ser mal tratados). Você se humaniza e desumaniza o outro? Só queria te avisar que o desumano é você. Presos não são humanos você torce para que eles morram, você não se importa que eles morram. Afinal:
“Cento e onze presos indefesos
Mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos ou quase brancos
Quase pretos de tão pobres e pobres são como podres
E todos sabem como se tratam os pretos”
Uma mulher sofre um AVC, está em coma induzido e você se acha no direito de desejar a morte dela porque o marido dela é seu desafeto político. Você odeia o marido dela e isso te dá o direito de protestar na frente do hospital pra que ela morra. Quem te deu o salvo-conduto pra desejar a morte de alguém? Porque Jesus não foi. Presos são humanos, a D. Marisa é humana, você deveria ser mais humano também.
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carlos roberto serra
30/01/2017 - 12h00
Quando temos duvidas com relaçao a algumas pessoas, basta que nos coloquemos no lugar dessa ou dessas pessoas pra que consigamos entender. Minha mae teve 1 avc seguidos de outros consecutivos, ela fikou entrevada numa cama simplesmente 20 anos , sem comer ( so por sonda), sem beber, nao conseguia sequer movimentar 1 dedo, dependendo das pessoas pra tudo que vc possa imaginar. Estou contando isso pra que vcs entendam o que essa moça esta querendo dizer, realmente nao temos o direito de desejar a morte de ninguem, seja ela o que for e como for, isso que estao fazendo , nao e protesto e desumanidade, deixe as coisas na mao de Deus e procure orar pela melhora da dna Marisa, tenham fe, AVC ,nao se deve desejar ,a ninguem ,nem pra pior especie do mundo. Que Deus tenha do dessas pessoas irracionais.
Jean Nascimento
29/01/2017 - 17h50
Concordo com voce…mas o que eu quero dizer mesmo…é que esse seu “arremedo” de sorriso é a coisa mais linda…
Leonardo Leão
29/01/2017 - 16h35
Muros
Para Marcos De Andrade Filho
Leonardo Leão
Separam maçã
e serpente:
nenhum pecado poderá
ser original.
Prendem no tempo
o espaço do outro
e o meu:
não há outra Terra a destruir:
só há futuro
solidário.
Recife, 29 de janeiro de 2017
Leonardo Leão
29/01/2017 - 12h47
Essa desumanização é o nosso risco imediato.
E ela vem da ignorância combinada a uma campanha bem planejada e executada pelos meios de comunicação.
Tem pessoas com as quais se tornou impossível de conversar tamanho o fanatismo tapado.
E eram doces. Ou se portavam como tal…