Reforma política: entenda o que é o distritão e o voto distrital misto
A mudança aprovada pela Comissão da Reforma Política altera a Constituição. Para ter validade ainda precisa ser aprovada por pelo menos 307 deputados.
Por Nocaute em 10 de agosto às 18h00A Câmara dos Deputados pode aprovar uma reforma política que vai mudar o sistema eleitoral. O novo formato como os deputados federais e estaduais e vereadores são escolhidos no Brasil pode valer para as próximas eleições, em 2018.
A comissão que discute reforma política já aprovou o distritão para 2018 e 2020, e o sistema distrital misto. Para aprovar a reforma, o texto precisa ser votado em plenário e são necessários 307 votos favoráveis, já que se trata de uma mudança na Constituição.
O sistema vigente no Brasil atualmente é o proporcional com lista aberta. A eleição depende de um cálculo, o quociente eleitoral, baseado nos votos válidos no candidato e no partido. A partir dele, são preenchidas as cadeiras disponíveis proporcionalmente.
Chama-se lista aberta porque o eleitor pode votar em um candidato ou em um partido, e o modelo brasileiro permite que os partidos se juntem em coligações.
A crítica é que candidatos com poucos votos podem ser eleitos se forem puxados por campeões de voto do mesmo partido. Um exemplo recente é o deputado federal Tiririca (PR-SP) – o segundo candidato mais votado nas eleições de 2014, com 1.016.796 votos. Acabou levando para a Câmara mais quatro parlamentares.
Existe também o sistema proporcional com lista fechada. O cálculo também é baseado nos votos válidos recebidos pelo candidato e pelo partido. A diferença é que o partido elabora uma lista de candidatos e o cidadão no partido, que terá o número de vagas proporcional ao número de votos obtidos. As vagas serão preenchidas pelos candidatos da lista. A crítica é não poder votar em quem está fora da lista.
No sistema majoritário, apelidado de distritão, cada estado é considerado um distrito eleitoral e são eleitos os candidatos mais votados, sem levar em conta os votos para o partido ou a coligação.
Os críticos do distritão argumentam que esse sistema enfraquece os partidos e encarecem as campanhas individuais. Na prática, os candidatos mais conhecidos são os que terão mais chance de se eleger. Quem defende o distritão afirma que é um modelo capaz de acabar com os puxadores de voto.
Em 2015, quando a Câmara era presidida pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), uma votação rejeitou a mudança do sistema proporcional de lista aberta para majoritário – esta é uma das principais bandeiras do PMDB. Na ocasião, votaram contra a proposta 267 deputados e 210 votaram a favor.
Já o distrital misto – que pode ser implementado no Brasil a partir de 2022, se o Plenário aprovar – é uma mistura do sistema proporcional e do majoritário. O eleitor vota duas vezes. Uma para candidatos no distrito e outra para a lista dos partidos.
A metade das vagas vai para os candidatos eleitos por maioria simples. A outra metade é preenchida de acordo com o quociente eleitoral pelos candidatos da lista. O voto distrital misto existe na Alemanha, por exemplo.
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pereira di carvalho
28/08/2017 - 20h32
Todo o sistema está errado e todos estão corrompidos pela burguesia no meu entender uma reforma política no Brasil primeiro deve mudar este sistema presidencialismo l para o sistema parlamentarismo pois. teremos um sistema mais justo e democrático e os sistemas em estudos são maneiras dos candidatos porem cabresto e formar curral eleitoral.