Exército nas ruas: Quem mentiu? Temer ou Maia?
Ao anunciar que o Exército estará nas ruas para reprimir manifestações contra o governo, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que o presidente Michel Temer atendia a um pedido de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados. Maia nega.
Por Nocaute em 24 de maio às 19h55O deputado afirma que não pediu intervenção das Forças Armadas, mas sim da Força Nacional. “O caminho que ele tomou é uma decisão do governo, não é meu”. Além disso, a decisão do Postiço foi recebida com espanto pelo ministro Marco Aurélio de Mello. E, para azedar ainda mais o inferno zodiacal do golpe, Temer foi rechaçado também pelo secretário-geral da CNBB.
Veja o ofício em que Maia pede a intervenção da Força Nacional:
Furibundo e acompanhado do general Sergio Etchegoyen (que não piou nem miou durante a entrevista) o ministro da Defesa disse com todos os efes e erres que a tropa iria para a rua “atendendo à solicitação do senhor presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia”. Maia pulou fora, disse que não pediu as Forças Armadas, mas a Força Nacional.
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General Etchegoyen ao lado do ministro da defesa Raul Jungmann
Para azedar ainda mais a derradeira cartada do Postiço, durante sessão plenária no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Marco Aurélio Mello demonstrou preocupação com a autorização de usar as Forças Armadas para reprimir os protestos. “Presidente, voto um pouco preocupado com o contexto e eu espero que a notícia não seja verdadeira”, afirmou.
E como não há mal que sempre dure, o Secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner, afirmou à BBC Brasil que Michel Temer não tem condições éticas para permanecer no cargo. “Se alguém vem e diz que está subornando juiz e o Ministério Público, não é possível que quem está à frente do Estado não se mexa”, disse Steiner, enfatizando se tratar de sua opinião pessoal, e não uma posição oficial da CNBB. Steiner está à frente da CNBB desde 2011. Principal organização da Igreja Católica no Brasil, a CNBB tem mantido uma postura crítica ao governo Temer.
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NELSON MOREIRA CAMPOS
25/05/2017 - 22h10
que diferença faz,força nacional ou exército se a finalidade é manter a ordem publica?
José Eduardo Garcia de Souza
25/05/2017 - 07h12
Jungmann não disse que as FFAA iriam reprimir protestos contra o govermo, mas sim atuar como “ação de garantia da lei e da ordem” – o que vale para todos. Maia pediu o uso da Força Nacional (Polícia), mas foi Temer quem decidiu pelo uso do Exército. Mas o fato é que a ação dos arruaceiros não somente deu fôlego extra a Temer – que seria acusado de não fazer nada frente a tal descalabro – como, ainda, aumentou exponencialmente a receptividade da população a uma intervenção militar no Brasil, bastando, para tal, ver os comentários em redes sociais não somente de direita como neutras. Boulos, Lindbergh Farias, Gleisi Hoffmann, Paulo Pimenta e outros que apostam na mazorca e na histeria como forma de fazer política devem estar sendo entronizados como santos pela extrema direita, já que conseguiram a proeza de colocar o país à beira de uma intervenção militar.
C.Poivre
24/05/2017 - 23h52
Jungmann é corrupto e tem contas a prestar à justiça. E não é de hoje!
http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/justica-federal-bloqueia-bens-de-raul-jungmann/
geraldo
24/05/2017 - 21h13
Quem vota é o povo, quem tem que tirar é o povo. Entao não tem setido do povo votar.
José Eduardo Garcia de Souza
24/05/2017 - 21h03
Maia solicitou a Força Nacional, uma coalisão de forças policiais. mas Temer decidiu enviar o Exército. E Jungmann não disse que “o Exército estará nas ruas para reprimir manifestações contra o governo”, mas sim que: 1) No caso da ação geral do Exército, que, “Nesse instante, tropas federais se encontram neste palácio [do Planalto], no Palácio do Itamaraty e logo mais estarão chegando tropas para assegurar que os prédios dos ministérios sejam mantidos incólumes” – o que é função prevista para as Forças Armadas em caso de emergência; e 2) No caso específico da arruaça em que se transformou a “manifestação pelas diretas”, que a manifestação na Esplanada dos Ministérios estava prevista como pacífica, mas “degringolou na violência, no vandalismo, no desrespeito, na agressão ao patrimônio público e na ameaça às pessoas” – o que é verdade.