Polícia Federal prende Henrique Eduardo Alves

Investigação indica que Alves e ex-deputado Eduardo Cunha receberam suborno na construção da Arena das Dunas, em Natal

O ex-ministro do Turismo e ex-presidente da Câmara dos Deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RJ) foi preso nesta terça-feira (6/6) pela Polícia Federal em Natal, durante a Operação Manus, desdobramento da Lava Jato. Ele é suspeito de corrupção e lavagem dinheiro usando obras de construção da Arena das Dunas, sede da Copa do Mundo de 2014 em Natal. As fraudes somariam R$ 77 milhões, de acordo com a PF e o Ministério Público.

Mais quatro pessoas tiveram mandados de prisão preventiva expedidos, incluindo o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que já está preso no Complexo Médico de Pinhais, em Curitiba, pela Operação Lava Jato.

O secretário de Obras de Natal, Fred Queiroz, também foi preso. O cunhado de Henrique Alves, o publicitário Arturo Arruda, foi conduzido coercitivamente.

Ex-ministro Henrique Eduardo Alves (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Henrique Alves é alvo também de um outro pedido de prisão, feito pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal (MPF-DF), por suspeita de ocultar outros R$ 20 milhões em contas no exterior. Os recursos seriam provenientes da atuação de um grupo liderado por Eduardo Cunha, responsável por irregularidades nas vice-presidências de Fundos e Loterias e de Pessoas Jurídicas da Caixa Econômica Federal.

Henrique Alves foi o antecessor de Eduardo Cunha na presidência da Câmara. Foi deputado federal por onze mandatos consecutivos, entre 1971 e 2015. Entre 2013 e 2015, foi presidente da Câmara e, entre abril de 2015 e março de 2016, foi ministro do Turismo de Dilma Rousseff.

Durante o processo de impeachment, deixou o governo.Quando Temer assumiu, voltou a ser ministro. Ficou 34 dias no cargo.

Em junho de 2016, tornou-se o terceiro ministro em pouco mais de mês do governo Temer a entregar o cargo após denúncias relacionadas à Lava Jato. Ele havia sido citado na delação premiada de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpreto, uma das subsidiárias da Petrobras.

Os casos são consequência da análise de provas colhidas em várias etapas da Operação Lava Jato, principalmente as decorrentes das quebras dos sigilos bancários e fiscais do envolvidos e dos depoimentos de delatores da empreiteira Odebrecht, homologados em janeiro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“Foram identificados diversos valores recebidos como doação eleitoral oficial, entre os anos de 2012 e 2014, que, na verdade, consistiram em pagamento de propina. Identificou-se também que os valores supostamente doados para a campanha eleitoral em 2014 de um dos investigados foram desviados em benefício pessoal”, informou a PF.

“No caso de Henrique Eduardo Alves, por exemplo, há relatos da existência de movimentação financeira externa entre os anos de 2011 e 2015, período em que teriam ocorrido os desvios de recursos do FI-FGTS por parte da organização criminosa”, informou a Procuradoria da República do Distrito Federal em nota.

Um comentário

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do NOCAUTE. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie. Leia o nosso termo de uso.

Rodolfo Andrello

06/06/2017 - 14h43

Henrique Alves preso dia 6/6, Temer julgado dia 6/6… essa insinuação do número da besta é irônica nesse contexto apocalíptico.

Responder

Deixe uma resposta

Recomendadas