“Pelo fruto e não pela aparência se conhece a árvore. O fruto dessa árvore é a ditadura, com o consequente desmonte do país.”

Jesus de Nazaré, referindo-se aos seus alunos e seguidores, afirmou: “pelo fruto os conhecereis”. Ao dizer isso, referia-se à possibilidade de sermos enganados pela postura, ou pelo discurso, ou pela aparência, Então, nos deu o foco: o fruto. O que for gerado pela pessoa é que a caracterizará, principalmente, no caso de seus alunos. Penso, […]


Jesus de Nazaré, referindo-se aos seus alunos e seguidores, afirmou: “pelo fruto os conhecereis”.

Ao dizer isso, referia-se à possibilidade de sermos enganados pela postura, ou pelo discurso, ou pela aparência,

Então, nos deu o foco: o fruto. O que for gerado pela pessoa é que a caracterizará, principalmente, no caso de seus alunos.

Penso, entretanto, que esse gabarito é universal. Somente observando a produção de alguém, ou de alguma comunidade, seremos capazes de avalia-la com algum nível de acerto.

Bem… isso vale para o bem e para o mal.

Por exemplo, pensando no nosso legislativo:

Eles liberaram o processo de impeachment da Presidenta eleita, sob a desculpa de que valeria o processo para que a isenção da casa se estabelecesse, e a verdade viesse à tona.

Tão logo afastaram a Presidenta, liberaram o aumento do deficit público para o interino, contrariando a austeridade fiscal, um dos, agora sabemos, eufemismos que usaram para sustentar o movimento, que se revelou mero golpe.

A inocência da Presidenta ficou, inapelavelmente, comprovada, mas eles votaram pelo impeachment, portanto, votaram contra a verdade.

Assim que abriram o processo que provocou o imediato afastamento da Presidenta eleita, concederam o aumento que o judiciário pleiteara, e que a Presidenta, essa, sim, em nome da austeridade, havia negado.

Dois dias depois de votarem o impedimento da presidenta por um crime que ela não cometeu, aboliram o crime, isto é, liberaram as tais pedaladas, que usaram como desculpa para a condenação espúria. E votaram contra a propalada austeridade.

Agora, contra a população brasileira, que, reiteradamente, de várias formas, tem protestado, a câmara federal aprovou a PEC 241, que congela os investimentos sociais em 20 anos, comprometendo o futuro da nação. O fizeram, de novo, em nome da austeridade.

E, logo, após votarem a favor da aparente austeridade, os deputados federais votaram o aumento de seu próprio salário. Outro golpe na tal austeridade, que, de fato, se tornou a mais esfarrapada das desculpas.

O judiciário, por sua vez, exigiu o cumprimento do rito, por parte do senado, na votação do impeachment, e depois se recusou a julgar o mérito da acusação que, sem dúvida, anularia a votação do senado, que desprezou a inocência da ré.

O Judiciário, que não atendeu a demanda da Presidenta, vítima de flagrante injustiça, assiste, passivamente, a admissão da exceção como regra, no trato do crime de corrupção, que foi entendido como crime excepcional, seja lá o que isso signifique.

Portanto, talvez não seja mais contraditório, que o judiciário, contrariando a constituição, negue aos servidores públicos o direito à greve.

Jesus de Nazaré está certo, pompa e circunstância não significam nada, pelo fruto e não pela aparência se conhece a árvore.

O fruto dessa árvore é a ditadura, com o consequente desmonte do país.

Nosso luto vem do verbo lutar.

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