Pastor Ariovaldo Ramos: um duro golpe para trabalhadores, mulheres, negros, moradores da periferia e pobres de um modo geral.

Um grupo de políticos que representa exatamente o contrário do que lutamos, venceram eleições importantes.

Nestas recentes eleições municipais, os trabalhadores, as mulheres na sua luta por direitos, por respeito e por dignidade, os negros, os moradores da periferia, os pobres de um modo geral sofreram um duro golpe. Um grupo de políticos que representa exatamente o contrário desses direitos pelos quais ainda temos de lutar venceram eleições importantes. Ocuparam cidades importantes. E mesmo nas cidades onde ainda haverá segundo turno, em muitos casos não importa qual dos oponentes vença, vencerá o mesmo programa, a mesma visão contrária aos interesses dos trabalhadores, das mulheres em seus direitos e em sua luta pela dignidade, contrários aos negros, que estão sendo dizimados na periferia, aos pobres em geral, aos moradores da periferia, portanto.

A pergunta é: por que trabalhadores, pobres, negros e mulheres votaram como votaram? Por que deram aos seus algozes a vitória? Quem os convenceu a abrir mão dos seus direitos? A parar de lutar, a entregar os pontos? Com quem as forças progressistas deveriam ter conversado e não o fizeram? Por que as forças progressistas não conseguiram avaliar com clareza a situação e se organizar para ela?

Temos de conversar, temos de repensar, temos de descobrir com quem deveríamos ter conversado e com quem devemos conversar. Temos de rever nossa pedagogia, rever nossas convicções em relação à comunicação – enfim, agora é tempo de reorganização.

Estas eleições foram um aviso sério, tenso, mas não são definitivas. Servem como um aviso que precisa ser visto como um alerta que nos empurre para o diálogo e para a reorganização das forças progressistas no país. O que não podemos fazer é desistir. O que não podemos abandonar é a nossa tarefa pedagógica. A nossa missão de fazer valer o direito e a justiça ao trabalhador, ao pobre, ao despossuído, à mulher, ao negro, aos carentes de respeito aos direitos civis. Não podemos desistir. Mas temos de ter a humildade de sentar, conversar, retomar o contato com as bases e descobrir quem são os novos articuladores da sociedade mais pobre e mais carente. E como fazê-los ver.

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