A luta não é contra a corrupção, é por democracia

Para "acabar com a corrupção", os corruptos usurparam o poder e acabaram com o direito dos trabalhadores. Agora, nós brasileiros vamos lutar pelo quê?

Me perguntaram que oração os brasileiros estavam levando aos céus.

Confesso que não soube responder, primeiro pareceu que queríamos o fim da corrupção, e boa parte de nós aprovou a deposição de uma inocente do crime que lhe foi imputado, para, com isso, pasme-se, acabar com corrupção.

Agora não sei mais que oração é feita, pois os corruptos usurparam o poder e eliminaram os direitos dos trabalhadores, puseram fim à ênfase social, enfraqueceram todos os programas e demoliram muitos; estancaram a possibilidade de crescimento; fracassaram economicamente e aumentaram sobremaneira o déficit fiscal, enquanto acusados de compra de votos e de esbulho do erário público; trouxeram, de novo, a ameaça da fome, e não houve reação à altura.

Dos que se esperava maior reação, alguns há que, simplesmente, se omitiram; há os que entendem que o caminho é um novo partido; há os que pensam que basta uma candidatura forte. Sem deixar de concordar que, talvez, precisemos de ambas, pergunto-me: O que queremos salvar, a esquerda ou o Brasil?

Entretanto, parece que, para nós, qualquer eleição serve, inclusive aquela que, se houver, será mera propaganda dos golpistas que assaltam o país.

E parece que os quadrilheiros chegaram à conclusão de que o brasileiro, parafraseando o Dr. Gedeon Alencar, é feliz por omissão, pois, preparam eleições que consagram o Brasil como mera republiqueta, com parlamentarismo sem representatividade, além disso, enquanto ostentam impunidade por conluio com os que deveriam julgá-los.

Brava gente brasileira, só nos interessa a democracia e, só se pode considerar, como Estado de Direito, a lógica institucional laica que sustente que o cidadão é sujeito de direito; que seja construída a partir do trabalhador, com objetivo de erradicar a pobreza pelo respeito ao direito trabalhista, que tem de ser recuperado, pelo pleno emprego com ganho real, visando a distribuição de renda; assim como erradicar a segregação social, de gênero e de raça; e erradicar todo o tipo de analfabetismo, promovendo pela educação gratuita e universal a igualdade de acesso a todas as oportunidades de promoção humana.

Esta é a nossa oração, a nossa resiliência e a nossa luta.

O nosso luto vem do verbo voltar!

Um comentário

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Giordano

19/08/2017 - 19h40

Não chegamos ao fim do poço ainda porque a estupidez, infelizmente, não tem fim. As panelas silenciaram, mas aquela multidão se nega a deixar de ser manada, enfurecida, tocada por uma mídia sobre a qual não existe controle. A justiça podia ter evitado essa humilhação e instabilidade que o país está sofrendo. Havia todas as condições para Cunha ser afastado antes de abrir o processo de afastamento da presidente. “Não há tribunais que bastem para abrigar o direito quando o dever se ausenta da consciência dos magistrados”. Ruy Barbosa já avisava. Mas sei, pastor, que o seu luto, e o nosso, é do verbo lutar.

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