Lula sobre TRF-4: “Formaram um cartel para decidir”

Em reunião do PT, partido confirmou a pré-candidatura do ex-presidente e anunciou novas caravanas

O ex-presidente Lula disse que o TRF-4 formou um cartel para votar sobre o seu recurso no julgamento desta quarta-feira (24), em Porto Alegre, e afirmou que não respeitará a decisão condenatória.

Durante uma reunião da Comissão Executiva Nacional do PT, o petista falou que a sentença do tribunal tem o objetivo de “apressar a possibilidade de evitar que Lula seja candidato ou de evitar que a gente volte a ganhar as eleições”.

O encontro confirmou a pré-candidatura de Lula e a realização de novas caravanas, a começar pelo Sul do país.

Segundo o ex-presidente, a votação de ontem foi “mais para valorizar a categoria dos juízes do que para julgar um crime que nem havia”.

Lula disse que ele é apenas a ponta de lança de uma tentativa de criminalizar o PT: “É importante rever aquela denúncia de um procurador chamado Dallagnol, ele falou 1h30 sobre a organização criminosa que era o PT. Se tinha uma organização criminosa, tinha que ter um chefe. Como eu era a figura política mais importante, eu era o chefe. Depois vêm os deputados, senadores”.

“Esse partido ficou gritando que não vai ter golpe e teve. Depois que não teria impeachment e teve. Eles se organizaram e estão utilizando o aparelho do Estado para fazerem as coisas. Não precisa mais se desgastar com militar e canhão. Não precisa mais prender gente clandestinamente. Agora é feito através das instituições e de um jeito mais inteligente: a construção de um pacto entre o Judiciário, a mídia e outras instituições”, disse o ex-presidente.

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, coordenador do programa de governo de Lula, falou na reunião: “Eu procurei uma frase que fosse síntese do julgamento de ontem. De um dos desembargaradores: ‘Quem responde por crime tem que ter participado dele. E para ter participado, alguma coisa errada ele fez’. Se o senhor está esperando que alguma prova apareça, essa frase diz tudo. Não se trata de prova porque não se trata de crime. Estamos aqui não para defender a sua figura, a sua pessoa, defendemos o Estado Democrático de Direito e impedir que frases como esses possam ser proferidas. O que aconteceu ontem foi muito sério. Qualquer cidadão brasileiro está sujeito a passar por esse constrangimento se não defendermos esses ideais”.


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