Gilmar Mendes, conselheiro de um presidente denunciado, atropela qualquer princípio ético

Eu acho que a gente tem que guardar o nome de cada um dos integrantes da atual formação da Corte Suprema do nosso país, guardiã da Constituição e dos direitos de cada um de nós.

Imagens José Eduardo Pachá

 

 

Eu tenho, volta e meia, mencionado aqui que é importante a gente fazer justiça ao Michel Temer. Registrar fatos extraordinários realizados por ele. Por exemplo, dia desses foi preso Geddel Vieira Lima, ex-homem forte. Com isso o Temer conseguiu um fato extraordinário, formidável: em menos de um mês, dois ex-ministros dele foram presos, o outro é aquele Henrique Eduardo Alves. Do núcleo duro do Temer, sobrevive o Romero Jucá, Wellington Moreira Franco, Eliseu Quadrilha, perdão, Padilha e a gente tem que se perguntar até quando.

 

Além disso, há um outro aspecto que eu acho que a gente tem que se preocupar, eu, pelo menos, estou preocupado: o que está acontecendo com as instituições do nosso país. Eu vou me referir especificamente ao Supremo Tribunal Federal, nossa Corte Suprema de Justiça, guardiã da Constituição e dos direitos de cada um de nós.

 

São dois casos paralelos. Vamos ao primeiro: Delcídio do Amaral, senador da República. Foi preso, afastado, ficou oitenta e tantos dias, quase três meses numa cela insalubre da Polícia Federal em Brasília. Teve crises de depressão, de claustrofobia etc. Só saiu quando topou delatar o Lula. Rodrigo Rocha Loures, o que não queria ter o cabelo cortado quando foi preso, ficou menos de um mês nessa cela. Foi solto para não delatar o Temer. Quer dizer uma manobra óbvia, uma coisa…

 

Outro caso: Aécio, o caso dos Cunhas. Aécio Neves da Cunha foi afastado do Senado, não perdeu o mandato, mas foi afastado, teve a prisão pedida. É muito parecida com o que aconteceu com o outro Cunha, o Eduardo, que depois de ter autorizado o golpe contra a presidente Dilma Rousseff, esperado pelo outro Cunha, o Aécio, é uma confusão de “Cunhas”, mas tudo a mesma raça, Eduardo Cunha foi afastado porque já não era útil. Afastar o Eduardo Cunha era legitimar aquela coisa ridícula que a gente viu, grotesca.

 

Já o Aécio Neves da Cunha é muito útil e muito necessário para que o Temer sobreviva. Eu acho que a gente tem que guardar o nome de cada um dos integrantes da atual formação da Corte Suprema do nosso país, guardiã da Constituição e dos direitos de cada um de nós. Muito especialmente, não podemos esquecer nunca que um desses onze, Gilmar Mendes, atropela qualquer princípio ético de comportamento, de atitude. Ele é conselheiro direto de um presidente denunciado, o Michel Temer. Ele vai lá e impõe o nome da Procuradora Geral da República. Não vamos discutir aqui se ela tem méritos ou deméritos, até porque eu não tenho critério para isso.

 

Agora, sim, tenho critério para denunciar atitudes como a do Gilmar Mendes e de muitos de seus pares, muitos. Aliás, porque será que o Ministro Edson Fachin mandou soltar o Loures? Será que tem alguma coisa a ver com aquele rumor que o Temer botou, sei lá como é que chama hoje em dia, ABI, ABIN, SNI, enfim, atrás dele? Será possível? Eu não acredito nisso. Mas, enfim, é isso.

Um comentário

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AFONSO H V GUEDES

05/07/2017 - 11h54

Eric, excelente como sempre, mas me diz uma coisa: guardar os nomes desses “juizes” para quê?? Faremos o quê com esses nomes?

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