Estado e prefeitura fazem nova ação policial na cracolândia

PM dispersou usuários de drogas que estavam na Praça Princesa Isabel; pelo menos uma pessoa ficou ferida

A Prefeitura de São Paulo e o governo estadual mobilizaram 550 policiais militares em uma operação na manhã de domingo (11/6) na Praça Princesa Isabel, no centro da cidade, alegando combater o tráfico de drogas.

A Polícia Militar dispersou as pessoas que estavam dormindo na praça e desmontou suas barracas. Estima-se havia mil pessoas ali. A ação começou por volta das 6h20 da manhã, com um helicóptero sobrevoando o centro da cidade, e viaturas da PM bloqueando as avenidas Rio Branco e Duque de Caxias.

Duas horas depois, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), declarou que a operação foi um sucesso: “Duas pessoas foram presas, drogas foram apreendidas”. Alckmin e o prefeito João Doria estiveram no lugar neste domingo.

Foto: Mastrangelo Reino/A2img

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, uma pessoa ficou ferida.

Nas imagens, é possível ver um incêndio entre as barracas. Antes da ação, havia uma fogueira feita na noite anterior pelas pessoas que estavam dormindo na praça e queriam se proteger do frio.

Com a ação policial iniciada em 21 de maio, dependentes químicos e pessoas em situação de rua foram forçadas a deixar as ruas próximas às estações da Luz e Júlio Prestes, e ficaram na Praça Princesa Isabel, entre outros lugares.

Neste domingo, depois da dispersão, as pessoas seguiram em direção ao Elevado João Goulart. Durante a tarde, regressaram à Praça Princesa Isabel.

Tanto Alckmin como Doria disseram que, desta vez, a operação não tem data para acabar.

Deu no Nocaute:
Cracolândia: João Doria segue em sua ‘caçada humana’

Assista ao vídeo feito pelos Jornalistas Livres no local:

As operações conjuntas entre governo estadual e prefeitura têm o objetivo de “acabar com a Cracolândia”. A primeira fase, no entanto, teve um custo político para Doria: a então secretária de Direitos Humanos e vereadora pelo PSDB, Patrícia Bezerra, deixou o cargo. Dias depois, o adjunto da pasta pediu demissão. Os dois criticaram a maneira como o gestor está tentando resolver a questão.

A prefeitura planejava conduzir pessoas da Cracolândia à força para avaliação clínica, mas a Justiça proibiu.

3 Comentários

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José Eduardo Garcia de Souza

11/06/2017 - 13h12

Chamar combate às drogas de “higienismo”, como se procurou associar pelos “Jornalistas Livres” na entrevista coletiva é dose. Mais ainda é a incompetência jornalística e gramatical de quem fez a “cobertura” registrada neste vídeo, começando por descrever o ambiente como sendo de “devastidão” e dizer que foi ateado fogo às barracas, mas “esquecendo” de mencionar que não houve nenhum confronto nesta ação, mesmo com usuários e traficantes tendo tocado fogo em barracas. Pelo visto, os “Jornalistas Livres” preferem ver dependentes escravizados pela droga e traficantes faturando bem e totalmente à vontade no exercício da sua tão benfazeja profissão do que o combate sistemático à droga e a ajuda aos dependentes.

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Elvira

11/06/2017 - 12h26

A justiça deveria proibi-los, tbm, de matar as pessoas. Alckmin e Doria disseram que, desta vez, a operação não tem data para acabar pq só vão parar qdo matar a todos. Eita governo vagabundo que é este do psdb.

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    José Eduardo Garcia de Souza

    12/06/2017 - 02h32

    Perdão, mas o Alckmin e/ou o Dória disseram que “só vão parar quando matar a todos”? Onde é que isso foi publicado ou gravado?

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