Efeito Santander V – Artistas em campanha contra a escalada de censura no Brasil
Depois de os prefeitos do Rio de Janeiro e São Paulo terem publicados vídeos em que associam exposições de arte a pedofeilia e zoofilia, artistas se unem em torno da campanha #342artes - Contra a censura e a difamação.
Por Nocaute em 09 de outubro às 16h46Caetano Veloso, Fernanda Montenegro, Letícia Sabatella, Marisa Monte, Fabiana Karla, Reynaldo Gianecchini, Carolina Ferraz, Cissa Guimarães e outros nomes estão fazendo uma campanha nas redes sociais criticando os episódios de censura nos museus brasileiros.
No sábado (7), foi divulgado um vídeo em que Fernanda Montenegro pede que os políticos honestos “saiam desse silêncio acovardado”. “Porque nem a pele de vocês vai se salvar”, afirmou ainda que “não existe nação sem liberdade”
A reação da classe artística se dá em um momento que a censura já cancelou apresentações cênicas e interrompeu exposições de arte.
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O primeiro episódio de censura que chamou atenção aconteceu no dia 10 de setembro. Depois de diversos ataques e uma campanha liderada pelo MBL (Movimento Brasil Livre), a exposição “Queermuseu” foi impedida de continuar no Santander Cultural em Porto Alegre. Algumas imagens expostas foram consideradas “impróprias”, com conteúdo que seria supostamente “um incentivo à pedofilia, zoofilia e contra os bons costumes”.
A história não terminou aí. Com a repercussão da censura em Porto Alegre, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, fez pressão e o Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR) acabou cancelando a compra do acervo da “Queermuseu”.
Em São Paulo, a performance La Bête que inaugurou a Mostra Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna (MAM), provocou polêmica depois da veiculação da imagem de uma criança interagindo com o artista performático. Nela, Wagner Schwartz aparece deitado nu no chão ao fazer uma releitura da série Bicho, de Lygia Clark. A proposta da performance era estimular que as pessoas tivessem contato com o artista.
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