Desobstruídas as artérias, Temer já pode continuar obstruindo o país
Ricardo Barros é um deputado do Paraná com campanhas eleitorais financiadas por planos de saúde. Esse é o ministro da Saúde do Temer.
Por Eric Nepomuceno em 29 de novembro às 17h00
Eu hoje queria falar de saúde. Plano de saúde. Como nós sabemos, o ministro da Saúde do governo golpista chama-se Ricardo Barros, é um deputado do Paraná, eu não me lembro de que partido, mas não tem a menor importância, cuja as campanhas eleitorais são sempre financiadas por planos de saúde. Esse é o ministro da Saúde do Temer.
Eu acabei de receber o boleto atualizado do meu seguro de saúde, que é bastante bom do Bradesco. Veio com um aumento de 20,9%. Para vocês terem uma ideia, há três anos a minha aposentadoria do INSS cobria o preço do plano de saúde e ainda me sobrava um bom troco. O ano passado o troco já era mais ou menos. E esse ano, com esse reajuste agora de outubro, a minha aposentadoria não cobre o plano de saúde.
Como esse blog evita obscenidades em público, eu não vou dizer o preço da mensalidade do plano de saúde Bradesco, mas é um escândalo. Ricardo Barros, ministro da Saúde, é o mesmo ministro da Saúde que chefia um Ministério encarregado de fornecer (são nomes complicados) Tracolimo, que é um medicamento essencial para quem tem qualquer tipo de transplante e o outro chama-se Tenovir que é usado no tratamento do HIV e da hepatite B.
Muito bem, quem recebeu qualquer tipo de transplante, fígado, rim, pâncreas, o que for, precisa tomar esse Tracolimo o resto da vida, senão corre o risco de morrer. Muito bem, esse medicamento está faltando em vários pontos do Brasil. Aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, eu conheço um camarada que há quatro meses fez o transplante de fígado e ele só tem o remédio até 15 de dezembro agora. Então, vamos lembrar o nome, uma vez mais, do ministro da Saúde: Ricardo Barros.
O responsável por tudo isso, além dele, é um camarada chamado Michel Temer. Ele acabou de fazer uma rápida cirurgia para desobstruir as artérias coronárias. Então, ele voltou todo pimpão. Desobstruídas as artérias, ele vai poder continuar obstruindo o futuro Brasil.
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Regina Maria
29/11/2017 - 17h41
Um escárnio. Que país com sistema público de saúde poria um agenciador de planos de saúde privados como ministro? Ao que parece, hoje (29/11) deveria ter início uma conferência sobre o SUS, que não foi realizada. Nenhuma surpresa, não é? O desmonte do nosso país é a meta. Os que vão morrer não contam porque não são rentistas.