Deputados pedem processo contra Alexandre de Moraes e os delegados da PF Igor Romário e Maurício Grillo.

Os deputados federais do PT Wadih Damous (RJ), Paulo Pimenta (RS) e Carlos Zarattini (PT) acionam Comissão de Ética Pública da Presidência por postura parcial em relação a figura do ex-Presidente Lula.

Em janeiro deste ano, membros da força tarefa da Operação Lava Lato concederam entrevistas a veículos de comunicação onde expuseram publicamente perspectivas sobre possível prisão do ex-Presidente Lula, investigado na referida Operação. Inicialmente, o Delegado Maurício Moscardi Grillo afirma que a força tarefa da Operação Lava Jato “perdeu o timing” para a prisão preventiva do ex-Presidente Lula. Posteriormente, a declaração do delegado Maurício Moscardi Grillo, foi refutada por Igor Romário de Paula. Mas, apesar de discordar de seu colega quanto a perder ou não “timing” para a prisão preventiva do ex-Presidente Lula, afirmou que isto poderia ocorrer daqui a 30 dias, a 60 dias.

 

As manifestações dos delegados revelam profundo desconhecimento das lições mais elementares do direito processual penal, além de indicarem a quebra da serenidade e da isenção, elementos imprescindíveis para atuação e exercício do serviço público. Fica evidente, também, o tom de ameaça de prisão do ex-Presidente Lula, revelando ausência de imparcialidade por parte dos profissionais. Não é mais possível admitir que agentes do estado se pronunciem sobre investigações ainda em curso, que denunciam claro objetivo de constranger um cidadão, em desrespeito ao direito de defesa e ao devido processo legal.

 

Os delegados revelam postura parcial em relação a figura do investigado e, ainda, incompatível com o exercício da função pública, em total desacordo tanto com o estatuto ético da Polícia Federal, como com as prerrogativas descritas na Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Em paralelo, se constatou a omissão do então ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ao se eximir ante tais manifestações. Em outra oportunidade, o mesmo ministro antecipou ações de inteligência e segurança do Departamento de Polícia Federal, o que também foi questionado perante a Comissão de Ética Pública da Presidência da República.

 

Os deputados petistas solicitam, portanto, instauração de processo para apurar a conduta dos Delegados e do ministro da Justiça Alexandre de Moraes, por omissão quanto a conduta dos seus servidores e por ter revelado segredo de operação policial de Departamento da sua pasta.

 

 

5 Comentários

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Frank PA

12/02/2017 - 22h36

Há um tempo essa “operação” às avessas que não reabilita, apenas deprime diuturnamente o “gigante com sombra de anão” que é o nosso Brasil, mudou de nome, constando agora em
“OPERAÇÃO LAVA PATO”, onde já foram lavados e levados no turbilhão do golpe milhões de patos da infame fiesp, sendo agora os “novos patos lavados” os paneleiros que ruminam em silêncio tamanha e indigesta hipocrisia da cloaca nacional…

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Luiz Carlos Soares de Oliveira

12/02/2017 - 13h11

Pedir a um judiciário podre e desmoralizado como é o nosso, é o mesmo que reclamar para o chefe dos criminosos contra ato de um dos seus asseclas. Você corre o risco duas vezes e sua frustração só aumenta.

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Márcia Eloy

09/02/2017 - 12h38

Quando Mandela esteve preso sua esposa conseguiu um abaixo assinado contendo assinaturas de várias pessoas de todo oundo fossanfafo ao governo da África do Sul.Poderiamos fazer o mesmo para que o inquérito contra Lula se mantivesse dentro dá legalidade.

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Marcos

09/02/2017 - 08h33

infelizmente, tá tudo dominado. Não acredito mais , com raras exceções, nas instituições do meu país. Triste, mas enquanto o povo não der o soco e virar a mesa os golpistas continuarão a jogar de mão, trapacear e debochar !

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Luiz Carlos P. Oliveira

08/02/2017 - 18h39

Resta saber se a justiça vai aceitar o pedido. Duvido, e muito. A justiça, a cada dia, nos dá provas de que não podemos mais confiar nela. O judiciário desmoralizou-se, por conta própria.

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