Cracolândia: João Doria segue em sua ‘caçada humana’

Reportagem: Manuela Azenha/Imagens: Fernando Solidade

O Nocaute foi à região conhecida como Cracolândia, no centro da cidade de São Paulo, três dias após o início da operação feita pela Prefeitura em parceria com o governo do Estado. Moradores, pessoas em situação de rua e trabalhadores denunciaram graves abusos e violações de direitos humanos. Assista:

A Justiça de São Paulo decidiu na noite de sexta-feira (26) que a gestão de João Doria (PSDB-SP) poderá fazer “busca e apreensão” de dependentes químicos nas ruas, recolhê-los à força e encaminhá-los para avaliação médica. Se autorizada a internação compulsória, será necessária ainda uma decisão judicial para acatar o pedido.

A liminar é do juiz Emilio Migliano Neto e vai contra os posicionamentos do Ministério Público e da Defensoria Pública, que entrarão com recursos. O promotor da área da saúde, Arthur Pinto Filho, chegou a classificar o pedido de Doria como o “mais esdrúxulo que eu já viu em toda a carreira”, e que a iniciativa, se aceita, promoveria “uma caçada humana”.

A expectativa da Prefeitura era uma autorização não apenas para o recolhimento, mas também para a internação compulsória de usuários, sem precisar de uma decisão judicial caso a caso.

Equipes terceirizadas serão responsáveis por conduzir os dependentes químicos e levá-los coercitivamente para a avaliação médica. A ação deve começar na próxima semana.