A classe golpista vai ao paraíso (fiscal)

Todas as instituições do Brasil estão em frangalhos, desde Direitos Humanos e Justiça do Trabalho ao Congresso Nacional. E ninguém faz nada.

 

Não é proibido ter conta no exterior, investir dinheiro no exterior, desde que você, evidentemente, declare à Receita Federal e possa explicar a origem do dinheiro. Agora, cá para nós, eu acho meio estranho que o Ministro da Fazenda, que é também o chefe da Receita Federal, Henrique Meirelles, sacerdote-mor do culto dos adoradores do deus mercado, tenha dinheiro no paraíso fiscal, nas Bermudas, onde, inclusive, você pode ter mil meios legais, lá, de escapar de imposto. Quer dizer, esta é a confiança do Henrique Meirelles na política econômica que ele impõe aqui no Brasil.

É um governo estranho. Estranho. Por exemplo. Uma figura. A gente acha que nunca mais vai surpreender, mas, caramba, surpreende. Luislinda Valois. Desembargadora, baiana, aposentada. Esta senhora, ministra dos Direitos Humanos, deus do céu. Direitos Humanos. Comete a asneira máxima de dizer que ganhar 33 mil e 400 reais para ser ministra e desembargadora aposentada equivale a trabalho escravo. Ela está lá, evidente, porque é protegida do cafajeste provinciano mineiro Aécio Neves da Cunha. E sabe o que acontece depois de ela dizer essa bizarrice? Nada. Nada. Continua ministra dos Direitos Humanos.

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra da Silva Martins Filho, membro da Opus Dei, que é aquela seita ultra, hiper conservadora católica que floresceu nos tempos de Francisco Franco na Espanha – o pai dele aliás, e também com o mesmo nome evidente, Ives Gandra Martins, usa cilício, cilício amarrado na perna para sofrer. Este camarada preside a entidade máxima da Justiça do Trabalho no Brasil. Eu não entendo o disparate dele. Ele diz que é preciso reduzir direitos trabalhistas, é isto, reduzir direitos trabalhistas, para fazer surgir novos empregos. Bom, num governo cujo ministro do Trabalho quis abolir a Lei Áurea, num país assim, nada pode mais surpreender.

A gente acha que não. Vamos ver. Debaixo daquela soberana peruca, o ministro Luiz Fux, da Suprema Corte de Justiça do nosso país, Supremo Tribunal Federal, resolve dar palpite, dar palpite em causas que ele vai votar. Quer dizer. Toda instituição deste pais está em frangalhos. Está em frangalhos.

Quer dizer, é uma Corte Suprema que teve um comportamento poltrão, covarde, na hora de assegurar a lei de anistia a torturador, a estuprador, a assassino, agentes do Estado durante a ditadura militar, teve uma atitude omissa, cúmplice, no golpe que destituiu uma presidente legitimamente eleita, e ele agora fica dando palpite.

Agora, o seguinte, no ano que vem ele vai presidir o Tribunal Superior Eleitoral e para ele já está dito. Lula não pode ser candidato. E ninguém faz nada.

Michel Temer, o ilegítimo, o usurpador, assina un projeto de lei para levar a leilão a Eletrobras. E já avisou: toda empresa de capital misto poderá ser leiloada. Eu vou dar três exemplos de empresas de capital misto: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, e claro, a Petrobras. Ninguém faz nada.

A gente tem um Congresso, eu não canso de dizer, que tem a pior legislatura desde a volta da democracia. A de mais baixo nível ético, a mais burra, a mais bizarra, a mais corrupta. Ninguém faz nada. Onde, meu deus, este país vai parar? Ninguém faz nada.

3 Comentários

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dilamar santos

10/11/2017 - 16h16

Ora. O termo provinciano, tirando os melindres ocasionais fica muito bem aplicado ao Pequeno, Mínúsculo, Aécio. Neste sentido, provinciano,

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C.Paoliello

10/11/2017 - 00h00

Que bom encontrar pela primeira vez um parente Paoliello em um dos meus blogs favoritos. De onde vc é Guilherme? Sou de Juiz de Fora, MG.

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guilherme paoliello

08/11/2017 - 21h26

Não acho legal usar o termo “provinciano” para desqualificar quem quer que seja. O interiorano não é necessariamente um parvo. Ter nascido ou viver no Rio de Janeiro ou São Paulo não quer dizer grande coisa. Ser da “província” não desqualifica ninguém. Aécio Cunha Neves de Minas Gerais e o Juizeco do Paraná são mais que merecedores de criticas, mas não por serem da província. Fora isso os comentários do Eric Nepomuceno são muito bons.

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