Brasil é líder mundial em assassinatos de defensores do meio ambiente
Segundo relatório da Global Witness, das 185 mortes ao redor do mundo em 2015, 50 foram no Brasil
Por Nocaute em 26 de junho às 15h06
Cortejo com o corpo de Dorothy Stang (Foto: Greenpeace/Alberto Cesar Araujo)
Mais de três militantes ambientalistas foram mortos por semana em 2015, segundo o relatório da organização Global Witness.
O Brasil lidera a lista de assassinatos documentados no ano: das 185 mortes ao redor do mundo, 50 foram no país.
O número total é o mais alto já registrado, com um crescimento de 59% de 2014 para 2015. Depois do Brasil, que também bateu o recorde de mortos, o país mais perigoso para os militantes ambientalistas são as Filipinas, com 33 assassinatos, seguido pela Colômbia, com 26, Peru e Nicarágua empatados com 12 e a República Democrática do Congo, com 11.
As principais causas das mortes foram disputas envolvendo o avanço de projetos de mineração, expansão do agronegócio, extração de madeira e a construção de novas usinas hidrelétricas.
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O relatório aponta para a vulnerabilidade dos povos indígenas, que devido à fragilidade de demarcação de territórios e ao isolamento geográfico, tornam-se alvos frequentes de expropriadores de terra e de recursos naturais. Em 2015, quase 40% das vítimas foram indígenas.
De acordo com a publicação da organização, a luta para salvar a floresta Amazônica é, cada vez mais, “uma luta contra gangues criminosas que aterrorizam populações locais a mando de empresas de madeira e oficiais corrompidos”.
Estima-se que cerca de 80% da madeira extraída no Brasil é ilegal, e corresponde a 25% da madeira ilegal no mercado mundial. Grande parte é vendida para compradores do Reino Unido, Estados Unidos, Europa e China.
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