Base aliada e oposição se mobilizam para votar denúncia contra Temer

Deputados já receberam a denúncia de Janot e Temer será notificado para apresentar defesa política

A denúncia contra o presidente Michel Temer chegou nesta quinta-feira (29/6) à Câmara dos Deputados, sem passar pelo Supremo Tribunal Federal, conforme havia solicitado a defesa. Para os advogados de Temer, quanto antes os deputados votarem a admissibilidade da denúncia, melhor.

Embora tenha sido acusado de corrupção passiva, os deputados contam com a possibilidade de o presidente ser denunciado também pelos crimes de obstrução à Justiça e organização criminosa. Na quarta-feira, Temer recebeu líderes da base aliada e pediu que, se forem apresentadas novas denúncias, sejam julgadas em conjunto.

Para o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), a denúncia deve ser analisada em separado de outras possíveis acusações que possam chegar contra o presidente Temer.

“Nós vamos exigir que as denúncias tramitem separadamente, esperamos do presidente da Comissão de Constituição e Justiça a indicação de um relator isento, imparcial, que não tenha recebido nenhuma doação ou não tenha nenhum vínculo com o presidente da República”, afirmou Molon, citado pela Agência Câmara.

O líder do DEM, deputado Efraim Filho (PB), defende a análise fatiada dos processos e reforçou que a análise dos parlamentares deve ser mais técnica do que política. “Não dá pra se falar em estratégia política em um julgamento que tem que ser técnico, baseado na lei, nos fatos nas provas. Então, nós esperamos que o regimento prevaleça se as denúncias forem apresentadas separadas, fatiadas, que cada julgamento ocorra de uma vez”.

O deputado Ivan Valente (Psol-SP) também quer tempo para o debate e defende a análise separada das denúncias. “Cada processo é um, corrupção passiva é um, formação de quadrilha é outro e obstrução da justiça é outra”.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu publicamente que a denúncia seja analisada “o mais rápido possível”, mas sem “atropelos”. “Aqui não vai ter nenhum atropelo, não vamos acelerar nada, queremos que os prazos sejam garantidos, que a Constituição seja preservada, como sempre”, disse, em entrevista coletiva.

Vice-líder do governo, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) rebate a oposição, defendendo que o governo pode esperar para juntar as denúncias e votar todas de uma vez. Segundo Perondi, o governo tem votos suficientes para barrar a denúncia contra Temer tanto na Comissão de Constituição e Justiça, que apenas instrui o processo, quanto no Plenário da Casa, que autoriza ou não que Temer seja julgado pelo STF.

“Quem precisa colocar votos é a oposição que é do quanto pior, melhor. Se a PGR continuar neste objetivo antipatriótico, para atrapalhar o Brasil, ela teria que mandar as próximas [denúncias] em cinco dias, e se mandar o governo pode esperar para enterrar essas denúncias vazias contra os brasileiros em apenas uma votação”, afirmou Perondi.

Já o líder do DEM, deputado Efraim Filho (PB), aguarda uma análise técnica para saber se deve ou não unificar as denúncias contra Temer. Ele também defende que não haja recesso para que a crise política tenha uma definição. “A crise institucional contamina a economia e outros setores do Brasil e é preciso soluções rápidas e reais para crise, com transparência, e um aprofundamento das investigações”, disse.

Um comentário

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Maria das Graças Santos de De Araújo

30/06/2017 - 08h45

Fora Temer e sua corja de bandidos

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