Tudo indica que 2018 será um ano de luto.
Eric Nepomuceno fala sobre a perspectiva eleitoral no Brasil e no resto da América Latina
Por Eric Nepomuceno em 06 de Janeiro às 10h10Na última coluna do ano passado, eu estava com uma camisa preta. Uma espécie de luto pelo ano que passou para o meu país. Para mim, tudo bem. Pelo meu país.
E a primeira coluna que eu faço em 2018, eu também estou de camiseta preta. Não que eu seja pessimista, eu trato de ser realista. E tudo indica que vai ser mais um ano de luto.
Tem o julgamento absurdamente apressado do Lula. É engraçado quando a gente se queixa de que tudo foi feito numa velocidade incrível, inacreditável, a opinião contrária diz: ah, você gosta de uma Justiça lenta? Não, eu gosto de uma Justiça justa. Por que só o Lula é acelerado pelos celerados lá da segunda instância de Porto Alegre? É claro.
Eu desconfio muito da realização de eleição nesse ano. Vão inventar alguma coisa, porque como todo mundo sabe, todo mundo diz, o mercado e os golpistas não conseguiram inventar um candidato viável. Não têm quem eleger. Então, a perspectiva para esse ano que começa, lamentavelmente, para mim não é nada boa.
Eu gostaria de ter algum otimismo, mas não. Não tenho nenhum otimismo para cá, nem para a América Latina. É um ano importante, tem eleições no México, onde talvez a esquerda consiga pela primeira vez em mais de meio século ganhar.
Evo Morales continua sendo baluarte único da América do Sul. Há eleições no Paraguai, onde certamente vão trocar os seis por meia dúzia. E há esse mistério, esse enigma brasileiro, o que vai acontecer com a gente aqui?
Vocês vão me desculpar: eu não consigo ser otimista. Vou continuar na trincheira, batalhando, inteiro, mas sem muita perspectiva. Em todo caso, feliz ano novo.
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Paulo Ribeiro
06/01/2018 - 13h18
Nada melhor que um dia atras do outro, não soframos antes da hora, amigo Eric. A direita ainda vai inventar seu candidato, tá no forno das pesquisas. Estão testando, procurando o design mais apropriado. Lembra do Collor? O processo é o mesmo. Nós temos o horário eleitoral, eles,toda mídia necessária para inventar um novo produto e ludibriar a massa.
Arregace a camisa e fique pronto para o embate, ou tomaremos um nocaute.