Rússia considera ‘inadmissíveis’ as sanções unilaterais dos EUA contra Venezuela

“A própria lógica das sanções conduz a um agravamento das tensões”, declarou nesta segunda-feira o governo russo. Segundo os EUA, desta vez as sanções são mais “fortes” e foram “cuidadosamente pensadas para negar” ao país uma fonte primordial de financiamento.

A representante especial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, declarou que as sanções unilaterais que os Estados Unidos aplicaram contra a Venezuela são inadmissíveis.

“As sanções anunciadas contra os setores financeiro e petrolífero da Venezuela são, obviamente, destinadas a agravar a instabilidade da situação no país, ao aprofundar os problemas econômicos”, afirma Zakharova em comunicado.

Leia mais:
Novas sanções norte-americanas ameaçam a soberania da Venezuela

“Rechaçamos resolutamente as sanções unilaterais contra os Estados soberanos; as medidas de pressão financeira sobre a Venezuela e o presidente Nicolás Maduro, anunciadas nos últimos dias, foram impostas por Washington depois que o país mostrou sinais de uma estabilização política relativa após as eleições da Assembleia Nacional constituinte”, acrescenta.

A representante especial da chancelaria russa observa que, após as eleições para compor a Assembleia Constituinte, a intensidade dos protestos de rua diminuiu e foi delineada uma agenda de futuras votações, incluindo eleições presidenciais e governamentais.

Zakharova informou que o governo russo “analisará cuidadosamente as consequências das sanções impostas pelos Estados Unidos e suas possíveis repercussões sobre os interesses da Rússia e suas empresas”.

“Mas agora é óbvio que eles não poderão afetar nossa disposição de desenvolver e promover a cooperação com nossa parceira Venezuela e seu povo”.

As últimas sanções dos Estados Unidos foram anunciadas pelo presidente Donald Trump na sexta-feira (25) passada. Washington proibiu as empresas norte-americanas de negociar ou de adquirir títulos da dívida e ações emitidas pelo governo da Venezuela ou pela sua estatal de petróleo PDVSA.

Ao anunciar as restrições, a Casa Branca informou que as medidas seriam “novas e fortes”.

Leia também:
EUA querem usar Brasil e Colômbia para fazer o serviço sujo na Venezuela

No final de julho, o Departamento do Tesouro dos EUA já havia anunciado sanções contra a Venezuela, dirigidas contra 13 altos cargos do governo venezuelano, militares e a PDVSA. Além disso, o Tesouro ameaçou adicionar à lista de sancionados qualquer pessoa que seja eleita para se juntar à Assembleia Constituinte, por seu papel em “minar os processos e institutos democráticos da Venezuela”.

Em seguida, Washington bloqueou todos os ativos do presidente venezuelano Nicolás Maduro, que estão sob a jurisdição dos EUA. E anunciou que os cidadãos dos EUA estão proibidos de entrar em qualquer acordo com o presidente do país latino-americano.

Nenhum Comentário

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do NOCAUTE. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie. Leia o nosso termo de uso.

Deixe uma resposta

Recomendadas