Rússia considera ‘inadmissíveis’ as sanções unilaterais dos EUA contra Venezuela
“A própria lógica das sanções conduz a um agravamento das tensões”, declarou nesta segunda-feira o governo russo. Segundo os EUA, desta vez as sanções são mais “fortes” e foram “cuidadosamente pensadas para negar” ao país uma fonte primordial de financiamento.
Por Nocaute em 28 de agosto às 12h57A representante especial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, declarou que as sanções unilaterais que os Estados Unidos aplicaram contra a Venezuela são inadmissíveis.
“As sanções anunciadas contra os setores financeiro e petrolífero da Venezuela são, obviamente, destinadas a agravar a instabilidade da situação no país, ao aprofundar os problemas econômicos”, afirma Zakharova em comunicado.
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“Rechaçamos resolutamente as sanções unilaterais contra os Estados soberanos; as medidas de pressão financeira sobre a Venezuela e o presidente Nicolás Maduro, anunciadas nos últimos dias, foram impostas por Washington depois que o país mostrou sinais de uma estabilização política relativa após as eleições da Assembleia Nacional constituinte”, acrescenta.
A representante especial da chancelaria russa observa que, após as eleições para compor a Assembleia Constituinte, a intensidade dos protestos de rua diminuiu e foi delineada uma agenda de futuras votações, incluindo eleições presidenciais e governamentais.
Zakharova informou que o governo russo “analisará cuidadosamente as consequências das sanções impostas pelos Estados Unidos e suas possíveis repercussões sobre os interesses da Rússia e suas empresas”.
“Mas agora é óbvio que eles não poderão afetar nossa disposição de desenvolver e promover a cooperação com nossa parceira Venezuela e seu povo”.
As últimas sanções dos Estados Unidos foram anunciadas pelo presidente Donald Trump na sexta-feira (25) passada. Washington proibiu as empresas norte-americanas de negociar ou de adquirir títulos da dívida e ações emitidas pelo governo da Venezuela ou pela sua estatal de petróleo PDVSA.
Ao anunciar as restrições, a Casa Branca informou que as medidas seriam “novas e fortes”.
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No final de julho, o Departamento do Tesouro dos EUA já havia anunciado sanções contra a Venezuela, dirigidas contra 13 altos cargos do governo venezuelano, militares e a PDVSA. Além disso, o Tesouro ameaçou adicionar à lista de sancionados qualquer pessoa que seja eleita para se juntar à Assembleia Constituinte, por seu papel em “minar os processos e institutos democráticos da Venezuela”.
Em seguida, Washington bloqueou todos os ativos do presidente venezuelano Nicolás Maduro, que estão sob a jurisdição dos EUA. E anunciou que os cidadãos dos EUA estão proibidos de entrar em qualquer acordo com o presidente do país latino-americano.
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