Mercosul suspende novamente a Venezuela para enfraquecer Maduro
Para a Venezuela, medida é fragmentação da América do Sul, impulsionada pelos Estados Unidos
Por Nocaute em 06 de agosto às 09h16Durante reunião realizada em São Paulo, os chanceleres do Mercosul decidiram no sábado (5) suspender a Venezuela do bloco, formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, alegando ruptura da ordem democrática. A sanção foi aplicada com base nas cláusulas do Protocolo de Ushuaia, assinado em 1998.
Entre as exigências para que a questão seja revista estão a “libertação dos presos políticos, a restauração das competências do Poder Legislativo, a retomada do calendário eleitoral e anulação da convocação da Assembleia Constituinte”, consta no documento assinado durante o encontro.
O principal defensor da sanção foi o Brasil. “É uma sanção grave de natureza política”, enfatizou o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, que faz críticas à Venezuela desde que assumiu como chanceler de Michel Temer, em março de 2017.
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O Protocolo de Ushuaia foi aplicado pelo Mercosul uma única vez, contra o Paraguai em 2012 após o golpe que derrubou o presidente Fernando Lugo.
A expectativa é isolar a Venezuela e, assim, enfraquecer o presidente Nicolás Maduro. “É um elemento a mais que nós estamos colocando para que a Venezuela possa, mediante a luta do seu povo, ter o direito de voltar a participar do Mercosul”, disse Aloysio Nunes.
Aloysio Nunes disse ainda que a decisão é motivada pela realização da Assembleia Nacional Constituinte – alternativa oferecida por Maduro para tentar diálogo com a oposição. “Apelamos para que a eleição não se desse, para que não fosse instalada a Constituinte, porque víamos ali um passo a mais no caminho de confronto institucional”, exemplificou sobre as atitudes que provocaram a suspensão.
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Em 31 de julho, um dia após os venezuelanos votarem para escolher quem serão os deputados constituintes, o governo dos Estados Unidos anunciou uma sanção a Nicolás Maduro. Uma semana antes, os EUA já haviam punido individualmente 13 membros do governo venezuelano.
Elías Jaua, ministro da Educação da Venezuela, já respondeu à decisão do Mercosul afirmando que os países adotaram “a política de fragmentação impulsionada pelo governo dos Estados Unidos da América do Norte”.
“É inaceitável que se tente sancionar e isolar um país independente e livre por exercitar seus direitos constitucionais ao votar e eleger uma Assembleia Nacional Constituinte”, disse Jaua.
Para o venezuelano, “mais que prejudicar a Venezuela, a atitude do Mercosul prejudica a possibilidade de uma América do Sul unida no [campo] econômico, comercial, social e político”.
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José Eduardo Garcia de Souza
06/08/2017 - 14h01
Enfraquecer Maduro? Esta sanção é para ver se Maduro acorda para a realidade. Ele está liquidado, e o quanto antes perceber isto e sair do poder, melhor.