Brasil

Aloysio veste a carapuça e insulta líderes europeus que apoiaram Lula

O ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes reagiu com patadas a uma polida e respeitosa nota em defesa do ex-presidente Lula, subscrita por seis ex-chefes de estado europeus e divulgada ontem.
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, divulgou uma nota nesta tarde respondendo a seis importantes líderes europeus que haviam se solidarizado com o ex-presidente Lula. O tom da resposta é a exata medida daquilo em que foi transformada a politica exterior do Brasil.
Como se fizesse um aparte na tribuna de uma cidadezinha de interior, o “chanceler” Aloysio Nunes afirma que José Luis Zapatero, François Hollande, Massimo D’Alema, Romano Prodi, Enrico Letta e Elio di Rupo, “tendo perdido audiência em casa, arrogam-se o direito de dar lições…”. Linguagem de botequim, mas adequada ao governo a que serve.
Leia a íntegra da nota dos seis líderes europeus:
A prisão apressada do presidente Lula, incansável arquiteto da redução das desigualdades no Brasil, defensor dos pobres de seu país, só pode despertar nossa emoção.
O impeachment de Dilma Rousseff, eleita democraticamente por seu povo e cuja integridade nunca foi questionada, já era uma preocupação séria. A luta legítima e necessária contra a corrupção não pode justificar uma operação que questiona os princípios da democracia e o direito dos povos de eleger os seus governantes.
Nós solenemente solicitamos que o presidente Lula possa se submeter livremente ao sufrágio do povo brasileiro.
François HOLLANDE, ex-presidente da República francesa
Massimo D’ALEMA, ex-presidente do Conselho de ministros da República italiana
Elio DI RUPO, ex-primeiro-ministro da Bélgica
Enrico LETTA, ex-presidente do Conselho de ministros da República italiana
Romano PRODI, ex-presidente do Conselho de ministros da República italiana
José Luis RODRIGUEZ ZAPATERO, ex-presidente do Governo da Espanha
Leia a íntegra da resposta de Aloysio Nunes:
“Recebi, com incredulidade, as declarações de personalidades europeias que, tendo perdido audiência em casa, arrogam-se o direito de dar lições sobre o funcionamento do sistema judiciário brasileiro. Qualquer cidadão brasileiro que tenha sido condenado em órgão colegiado fica inabilitado a disputar eleições. Ao sugerir que seja feita exceção ao ex-presidente Lula, esses senhores pregam a violação do estado de direito. Fariam isto em seus próprios países? Mais do que escamotear a verdade, cometem um gesto preconceituoso, arrogante e anacrônico contra a sociedade brasileira e seu compromisso com a lei e as instituições democráticas.”

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  1. Avatar
    Adelia Sylvia Penna Ramos says:

    Demonstrou-se extremamente adequado aos quadros deste (des)governo descaradamente roubado de sua legítima representante, dando provas de seu absoluto desconhecimento do que significam Democracia e Diplomacia. Mas seu dia chegará, como chegarrá o de toda essa canalha.

  2. Avatar
    José Eduardo Garcia de Souza says:

    Perdão, mas o que é que Aloysio Nunes deveria fazer? Deixar que estrangeiros venham a se imiscuir em assuntos internos do Brasil? Não se abrem berreiros enormes quando alguém – do governo ou fora dele – critica o Maduro a cada vez que as suas milicias espancam dissidentes ou a sua Suprema Corte desvirtua ou anula as decisões do Congresso da Venezuela? Não dizem que “são interferências indevidas em assuntos de país independente e soberano”?
    Pois é: pau que dá em Chico dá em Francisco…

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