Brasil

Tem marmelada e quem põe o nariz nos palhaços já está com as câmeras na rua


Hoje tem marmelada? Tem, sim sinhô! Hoje tem goiabada? Tem, sim sinhô!
E o palhaço, o que é?
O palhaço é quem acredita que tudo isso que se vive no Brasil, desde o circo do Mensalão, o picadeiro das “Jornadas de Junho” e o trapézio institucional do impeachment sem crime, é coisa normal.
É a democracia em pleno funcionamento, a justiça guardiã da lei e a mídia cumprindo as suas responsabilidades.
A imprensa atenta ao seu dever de pautar com isenção, informar com precisão, editar com equilíbrio, comentar com serenidade. Não excitar as massas para o ódio político e o conflito social.
Isso é tudo que não temos há, no mínimo, 13 anos, para não ser rigoroso demais e dizer que não temos desde 1808, quando surgiu a imprensa brasileira.
Hoje é dia de festa para os palhaços e para a mídia que faz a maquiagem deles.
Hoje tem função no Gran Circus Brasil, com cobertura ao vivo e programação especial de Carnaval. Tem cristão crucificado no Coliseu das elites.
Centenas de apoiadores de Lula cercam o Sindicato dos Metalúrgicos para protegê-lo da prisão e a imprensa da elite diz que são um “grupo” de pessoas.
Centenas de inimigos deverão esperá-lo na porta do cárcere, em Curitiba, e serão tratados como “multidão”.
Câmeras estarão posicionadas nos melhores ângulos, para produzir as sonhadas imagens da prisão infame, que serão editadas para a máxima humilhação do mais importante político brasileiro.
Gestos de indignação e resistência serão descritos como ultraje e selvageria de esquerdistas, enquanto a violência simbólica, o ataque semiótico a Lula explodirá em júbilo nas telas e nas páginas .
Hoje não é dia de cobertura jornalística, mas de parada cívica autoritária, de desfile do cinismo e do ódio de classe.
Hoje é dia de manifestoches voltarem às buzinas e às panelas, para celebrar a morte do direito e da democracia, e louvar o fim da corrupção, pelas mãos dos que corrompem a justiça.
Hoje tem marmelada. Tem, sim sinhô.
Hoje tem festa na casa grande e nos salões da imprensa, para celebrar mais um golpe contra a soberania popular.
Que os palhaços se divirtam bastante, enquanto podem. Eles queiram ou não, amanhã vai ser outro dia.

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