Brasil

Jungmann se enrola ao falar da munição usada na morte de Marielle

Em declaração feita nesta segunda-feira (19), o Ministério da Segurança Pública mudou a versão do ministro Raul Jungmann sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.
Na última sexta-feira (16), Jungmann comentou que a munição encontrada na cena do crime pertencia a um lote vendido à Polícia Federal de Brasília em 2006 e que fora roubado.
“Essa munição foi roubada na sede dos Correios, pela informação que eu tenho, anos atrás na Paraíba. E a Polícia Federal já abriu mais de 50 inquéritos por conta dessa munição desviada”, afirmou o ministro.
Nesta segunda-feira (19), o Ministério da Segurança veio a público afirmar que Jungmann “não associou diretamente o episódio da Paraíba com as cápsulas encontradas no local do crime que vitimou a vereadora e seu motorista”.
Segundo a nota, Jungmann “explicou que a presença dessas cápsulas da PF (Polícia Federal) no local pode ter origem em munição extraviada ou desviada e informou que há outros registros de munição da PF encontradas em outras cenas de crime sob investigação”. Ao comentar o caso da Paraíba, Raul Jungmann apenas apresentava um “exemplo de munição extraviada”.
Ainda segundo o comunicado do Ministério, munição do mesmo lote foi encontrada em um arrombamento à Agência dos Correios de Serra Branca, na Paraíba, no dia 24 de julho do ano passado. “O arrombamento foi seguido de explosão do cofre de onde foram subtraídos objetos e valores. Na cena do crime a PF encontrou cápsulas de munições diversas, dentre elas do lote ora investigado”.
Imediatamente após as declarações de Raul Jungmann na última sexta-feira, os correios negaram haver registro de desvio de carga pertencente à Polícia Federal.
“Em resposta às recentes notícias sobre suposto desvio de carga pertencente à Polícia Federal ocorrido nos Correios, a empresa esclarece que, no passado recente, não há nenhum registro de qualquer incidente dessa natureza e que está apurando internamente as informações.
A empresa não aceita postagem de remessas contendo armas ou munição, exceto quando autorizado por legislação específica. Neste caso, o tráfego, via Correios, de produtos controlados pelo Exército, submete-se às disposições estabelecidas no Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados, conforme a Portaria nº 015/2009 – Colog/Ministério da Defesa.
Por serem os Correios uma empresa pública, situações envolvendo armas, munições, drogas e outros itens proibidos no tráfego postal são encaminhadas à Polícia Federal, para investigação. No caso do Rio de Janeiro, já foi instaurado inquérito pela PF, que é o órgão competente para prestar mais esclarecimentos sobre a matéria.”

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