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África do Sul sob novo comando


A renúncia de Jacob Zuma resultou na eleição de Cyril Ramaphosa, um antigo sindicalista formado na luta antiapartheid, personagem muito importante nas negociações que vieram depois do fim do Apartheid como sistema. Foi presidente do comitê Executivo do Congresso Nacional Africano (CNA) no ano passado e agora presidente do país.
O primeiro discurso de Ramaphosa aos Sul-africanos foi o discurso do Estado e da Nação diante ao Parlamento. O que chamou atenção foi a quase nula menção que Ramaphosa fez ao tema de políticas exteriores, no contexto em que todos estão preocupados com a economia, ele centrou seu discurso em temas econômicos e também no tema da terra.
Após pronunciar seu primeiro discurso,  Ramaphosa retornou ao parlamento e respondeu novas perguntas e falou um pouco mais sobre a política exterior do país. Disse que a África do Sul vai continuar apoiando a causa palestina, algo que não tinha mencionado em seu primeiro discurso. A menção ao BRICS em seu primeiro discurso foi breve, somente citou que é um espaço entre interesse e comércio entre os países que integram o bloco.
No segundo discurso mencionou um pouco mais sobre a política exterior e reafirmou o papel da África do Sul sobre os demais países do continente africano.
Neste discurso também foi abordado um tema muito importante para o país: o tema da terra, que vem gerando muito debate, pois Ramaphosa afirmou que haveria recuperação da terra, ou seja, expropriação sem compensação, e que isso aconteceria sem afetar a produção agrícola, e que seria beneficioso para o desenvolvimento, e isso gerou um grande debate no país, de como realizar as expropriações sem compensação, sem afetar a produção agrícola e ainda impulsar o desenvolvimento local.
Ramaphosa dedicou grande parte de seu segundo discurso diante o Parlamento falando das necessidades de colocar os jovens, sobretudo aos jovens negros, no mesmo lugar que seus pares brancos na economia do país, principalmente na questão do emprego.
Se há neste processo um momento interessante que chama atenção, é quando dias depois, se apresenta o orçamento de 2018 por parte do ministro das Finanças. Este orçamento eleva por mais de vinte anos os impostos e corta os gastos do Estado. As agências de risco reagiram de forma positiva, mas isso resulta em um impacto no bolso dos sul-africanos, principalmente dos mais pobres.

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