Mundo

Franco não morreu em 1975. Morrerá dia 1° de outubro, na frente de uma urna.

 

 
“Nós contamos ao mundo que Franco, o franquismo, não morreu em 20 de novembro de 1975. Nós dizemos ao mundo que Franco morrerá em 1º de outubro de 2017, diante de uma urna na Catalunha”. É o que afirma Gabriel Rufián Romero, deputado do partido Esquerda Republicana da Catalunha, em evento público que, apesar de proibido pelo governo central, defendeu o referendo sobre a independência do estado.
Em mais um capítulo de repressão aos movimentos separatistas da Catalunha, o governo espanhol começou nesta quarta-feira uma operação contra o referendo, vetado pela Justiça.
A Guarda Civil cumpriu ordem de um juiz e deteve ao menos 14 pessoas, em sua maioria funcionários de alto escalão da Generalitat, além de fazer buscas e apreensões em diversos edifícios oficiais do governo catalão. Dentre os detidos estão dois nomes próximos ao vice-presidente da Catalunha, Oriol Junqueras: Josep Maria Jové, secretario-geral da vice-presidência e de Economia e Fazenda, e o secretário de Fazenda, Lluís Salvadó.
Para o presidente do governo estadual, Carles Puigdemont, a administração federal “suspendeu de fato a autonomia da Catalunha e impôs um estado de exceção”. Convocou uma reunião extraordinária para esta tarde e defendeu que, apesar disso, o referendo ainda será realizado no dia 1° de outubro.
Logo que a operação começou, uma multidão se reuniu em frente à sede do Ministério da Economia para protestar contra as ações da Guarda Civil, aos gritos de “Não passarão” e “Nós votaremos”.
A Guarda Civil confiscou de 6 a 9 milhões de cédulas de votação para o referendo separatista em um armazém industrial próximo à cidade de Barcelona. O depósito pertence a um empresário chamado Pau Furriol Fornells, também preso hoje.

Foto: Isabel Petit


Nos dias anteriores, os agentes confiscaram milhares de cartas convocando mesários e material de propaganda para divulgar o referendo. Também foram tirados do ar, por ordem judicial, os sites criados pelas autoridades catalãs para informar sobre a consulta.
Começou a vigorar nesta terça-feira mais uma medida de Madri para asfixiar a Catalunha e impedir a realização da votação: o bloqueio do acesso às contas e o uso de cartões de crédito corporativos do governo catalão.
A Generalitat deverá remeter à Fazenda uma lista com todos os pagamentos pendentes, como salários de funcionários. Só serão liberados recursos para serviços fundamentais, como saúde, educação e serviços sociais.
*Com informações da Agência Brasil

Notícias relacionadas

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *