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Argentina expulsa policiais presos por torturar durante a ditadura

Manifestação em Buenos Aires lembra 38 anos do golpe militar, em 2014. Foto: Divulgação/Nações Unidas


 
A província de Buenos Aires expulsou da polícia 12 integrantes que participaram da repressão na ditadura militar na Argentina. Os membros foram condenados e presos por crimes contra a humanidade, mas ainda faziam parte da polícia, inclusive com recebimento de pensões.
Segundo reportagem do jornal El País, um dos presos é Miguel Etchecolatz, policial aposentado e condenado pela primeira vez há 31 anos, por ter torturado 91 pessoas. Depois também foi acusado de roubos de bebês, sequestros, torturas, assassinatos e desparecimentos. Ainda foi revelado que Etchecolatz comandava 21 prisões clandestinas. Hoje cumpre prisão perpétua.
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Outros policiais condenados que mantinham seus benefícios são os ex-comissários Carlos García, envolvido no desaparecimento de Clara Anahí Mariani, neta da segunda presidente das Avós da Praça de Maio, Chicha Mariani; Horacio Elizardo Luján; Bernabé Jesús Corrales e Fernando Svedas, ambos condenados por participar do Circuito Camps; Miguel Gerónimo Kearney, ex-chefe do centro clandestino de detenção chamado Pozo de Arana e Raúl Orlando Machuca, condenado pelo sequestro e desaparecimento em La Plata do poeta Daniel Omar Favero e sua parceira, María Paula Álvarez, em 1977.
Segundo o jornal espanhol, o secretário de segurança de Buenos Aires, Cristian Ritondo, disse que “não podiam deixar essas pessoas com status policial, já que era uma falta de respeito com a democracia e um mal exemplo para a força”. O secretário de Direitos Humanos da província, Santiago Cantón, acrescentou: “O fato de terem se passado mais de 30 anos para exonerar Etchecolatz, um dos piores símbolos da ditadura, é a prova de que falta muito por fazer. Desde o primeiro dia estamos trabalhando na província para obter justiça, verdade e memória para todos os argentinos”.

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