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Novas sanções norte-americanas ameaçam a soberania da Venezuela

O governo norte-americano acaba de impor, nesta sexta-feira (25), novas sanções à Venezuela. Ao anunciar as restrições, a Casa Branca informou que dessa vez as medidas serão “novas e fortes”, incluindo proibir negociações com a PDVSA, a companhia estatal de exploração de petróleo da Venezuela.
Ainda segundo a Casa Branca, as sanções impostas foram ‘cuidadosamente pensadas para negar’ à Venezuela uma fonte primordial de financiamento e ‘proteger o sistema financeiro dos Estados Unidos de uma cumplicidade’ com os problemas do país, enquanto poderão “permitir a assistência humanitária”.
Clique aqui para acessar o documento dos governo dos EUA sobre as sanções.
Artilharia pesada contra a Venezuela
No final de julho, o Departamento do Tesouro dos EUA já havia anunciado sanções contra a Venezuela, dirigidas contra 13 altos cargos do governo venezuelano, militares e a PDVSA. Além disso, o Tesouro ameaçou adicionar à lista de sancionados qualquer pessoa que seja eleita para se juntar à Assembleia Constituinte, por seu papel em “minar os processos e institutos democráticos da Venezuela”.
Em seguida, Washington bloqueou todos os ativos do presidente venezuelano Nicolás Maduro, que estão sob a jurisdição dos EUA. E anunciou que os cidadãos dos EUA estão proibidos de entrar em qualquer acordo com o presidente do país latino-americano.
O petróleo ainda fala mais alto
As sanções pontuais que Trump vem impondo ao país mostram que para os Estados Unidos a Venezuela não é um inimigo qualquer. Diariamente os Estados Unidos importam da Venezuela 1,2 milhões de barris de petróleo.
Desse total, 200 mil barris são importados pela Citgo Petroleum, proprietária de três refinarias e de milhares de postos de gasolina espalhados pelos EUA.

Ocorre que a Citgo é integralmente controlada pela PDVSA. Interromper o fornecimento e a distribuição hoje a cargo da Citgo significaria que os Estados Unidos teriam que substituir a Venezuela, da noite para o dia, por um parceiro do Golfo Pérsico, com os custos de transporte e a demora que isso implicaria.
O Canadá, outro grande fornecedor dos EUA, não tem como aumentar seu aporte de petróleo ao vizinho, sob pena de ter problemas de desabastecimento internamente.
Todas essas questões devem estar sendo consideradas pelos estrategistas da Casa Branca antes de alguma agressão militar à Venezuela. O ex-chanceler e ex-ministro da Defesa brasileiro Celso Amorim afirmou, há dias, temer que Trump possa estar criando um novo Vietnã na Venezuela.
Trump é louco? Pode ser, mas nunca foi visto rasgando dinheiro.
Veja também: Ildo Sauer, doutor em Energia pelo MIT, explica questões geopolíticas e os mecanismos do comércio de petróleo
 

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